Generalizadamente falando, a dor que está em todo o corpo, de forma difusa, espalhada, recebe o nome de dor generalizada.
Tentando explicar os motivos de doer do fio de cabelo a unha do pé, as nossas maravilhosas teorias sobre dor recebem logo um doloroso pé nos glúteos.
Então, para isso, vamos ter que realizar um tour generalizado pelo sistema nervoso e que não vai passar por buenos aires ou orlando, pois está sempre lotado de brasileiros sem noção.
O tour começa logo no reduto, no gueto, aonde tudo acontece, que é na av nossa senhora de copacabana. Lá tem de tudo, mas especialmente ameaças de tudo quanto é tipo (por isso que moro la). Ambulantes são como vírus da gripe, aparece em tudo quando é lugar.
Ameaças são ameaças para quem entender isso como ameaça, entendeu?
Passear em copacabana é entrar numa zona de alerta vermelho, pois você nunca sabe o que pode acontecer de bom ou ruim. Se a ameaça é iminente, então o alerta aumenta. Isso se chama sensibilização do sistema nervoso.
A capacidade de detectar ameaças depende se o sistema nervoso não está tão nervoso assim. Se o sistema está meio nervosinho, o que não era ameaçador passa a ser e o que já era antes, piora. Por isso mínimos estímulos tornam-se grandes problemas. Se o sistema nervoso for machucado, um abraço.
Pegando carona de taxi carioca em direção a lapa, o bicho pega. Cuidado pra não tomar uma volta hein?!?
Colocando a dor no meio, o cérebro produz dor como resposta a ameaça, crente que ela vai desaparecer. Sendo bem um caxias neurocientifico, quanto mais locais de dor no corpo, mais sensívelzinho está o sistema nervoso. Um local, pouco sensível. Vários locais, muito sensível. E adivinha se a dor é generalizada? Sim, esse é o pico do everest, cume da montanha, o ponto G de todos. Se isso persiste, o cérebro entra em um curto circuito e nem um desfibrilador resolve.
O passeio de volta reflete as diversas reações frente a dor generalizada: proteção excessiva anti furtos, alerta máximo para os flanelinhas, buscar repouso pós cachaçada, evitar o que possa aumentar a dor (até porque nao tem mais pra onde a dor ir ne?) e o clássico medo de arrastão doloroso.
Se você pensa que dor generalizada é sinônimo de fibromialgia, “stop right there”. A IASP descreve mais de 20 síndromes de dor generalizada, e a fibro é apenas uma delas.
Lembre sempre: dor generalizada = alerta máximo = top sensibilização = não é frescura não, dói mesmo.
É mais facil ter dor generalizada por:
– uma noite mal dormida
– gripe
– dengosidade máxima
– excesso de exercício
– cansaço físico e mental
– estresse nervoso
– passar o dia deitado
Quem vai pagar pelo tour…?
Artur Padão – Dorterapeuta