Como sempre comentamos aqui, a sensibilização do sistema nervoso e a dor são eventos distintos, independentes, mas que podem se tornar um problemão.
A sensibilização funciona como o sinal de alarme / alerta ou barulho disparado, quando nossos sensores periféricos e centrais (nocicepção), levam informações potencialmente ameaçadoras em direção ao cérebro. Porém, no meio do caminho, a medula (nosso filtro natural nociceptivo), pode decidir nos proteger antes mesmo dos estímulos chegarem ao cérebro. Se está tudo bem com a medula, as reações são esperadas. Se a medula estiver em crise existencial, as reações são exageradas e amplificadas.
A progressão da sensibilização periférica para a central funciona como os tipos de distorção de guitarra. Quanto mais leve a distorção, mais simples e periférica é a sensibilização. Esse é o caso de bandas “pseudo” rock como a Malta (vencedora injustamente do Super Star da Globo), Bon Jovi atualmente e o Metallica em fim de carreira, que usam uma distorção fraca e caída. Legião Urbana também se achava uma banda de punk rock no inicio. SQN!.
No meio do caminho dessa transição, quando o sistema nervoso central começa a gostar de ficar sensível, temos as bandas clássicas de rock, como o Led Zepelin e o Guns n Roses, onde você sabe quem é o guitarrista dessa banda logo no primeiro acorde. O som é limpo, você consegue entender as notas mesmo com distorção pesada. Esse seria um bom momento para controlar o barulho distorcido da sensibilização.
Na sensibilização central, ai o bicho pega. O cara coloca 10/10 na distorção e cai dentro do som pesado. Você não entende nada, bate cabeça com a galera na rodinha e acha o máximo. Essas são as bandas como o Motorhead, Metallica em inicio de carreira, Megadeath, Korn e Ratos de Porão (uma porcaria, por sinal).
O que a dor tem a ver com isso? Quanto o pior o som, maior a chance de doer. Porém, banda é igual mulher e futebol. Gosto não se discute e cada um tem o seu!
Fora bandas pseudo rock!
Em homenagem aos participantes do I Fórum de Fisioterapia Baseada em Evidências, em associação com a SOBRAMID.
Artur Padão – Dorterapeuta