Tratando a dor com a devida educação, parte 2

Pelas ruas cariocas de copacabana, você terá uma aula de “educação no trânsito”. Para pedestres e motoristas, é sempre uma guerra para não perder tempo no trânsito e na rua. Quando um sinal fecha, ou seja, fica vermelho, sempre tem algum carro, bike ou moto que fura. Quando um sinal abre, sempre tem um pedestre que atravessa correndo ou andando para desafiar os motoristas.

Ou seja, a pressa é a verdadeira inimiga da perfeição no trânsito. Interessante e doloroso, sabemos desde pequenos como o trânsito funciona e somos incentivados a respeitar as leis de trânsito. Aprendemos logo de cara as cores que representam cada momento, sendo motorista ou pedestre. Acho que estamos numa inversão de valores educativos nos últimos tempos. Parece que o verde do pedestre virou do motorista e o vermelho do pedestre virou “corra”! Bem, para alguns.

“Todo mundo sabe e ninguém quer mais saber” pois já é “conversa de botas batidas” isso. E, porque será que as pessoas insistem em furar o sinal ou atravessar fora? Falta de educação? Não mesmo, pois todo mundo sabe de sinalização no trânsito de motoristas e pedestre, é algo praticamente implícito. Todos nós recebemos esta educação. Então, existe sim educação. A regra é conhecida e clara, mas algumas pessoas a ignoram totalmente ou quando querem. E porque? Só saberemos no posto ipiranga.

E a dor, o que tem a ver com isso?

Conhecer sobre a dor é como abrir uma revistinha cripto e decifrar os códigos, a lógica, a tentativa e erro, o jogo dos 7 erros ou talvez encontrar a palavra cruzada escondida dentro do “famoso cérebro”. Cada paciente tem a sua educação em dor e cada profissional também “acha que tem”. O paciente é treinado por sua própria dor a entender o seu problema, sendo influenciado por tudo ao seu redor. O profissional é pouco treinado sobre dor e se o “bicho pega o urubu bica”.

Pacientes com dor não tem falta de educação em dor. Não lhes falta educação, todos somos educados em dor desde bebês. Mas, alguns pacientes furam o sinal vermelho e pioram sem entender os motivos. Outros pacientes correm no meio dos carros e chegam do outro lado com mais dor ainda. E também tem aqueles que nem pensam em se arriscar, pois algo muito grave pode acontecer.

Enfim, aprender com a dor e ensinar sobre dor. Isso é educação em dor. Mas, peça com educação uma licença para você respeitar as leis de trânsito do seu sistema nervoso.

Artur Padão

 

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