Dias bons e dias ruins. Essa é a rotina de muitas pessoas com dor lombar recorrente. E o termo recorrente mostra que a dor lombar tem fases diferentes, mas sempre coloca suas manguinhas de fora voltando a estaca zero. Na verdade, voltar ao ponto de partida é apenas uma impressão pois o tempo passa o tempo voa, a vida muda e nada é igual como antes.
Sim, a dor lombar recorrente é “mulher de fases”: tem a fase boa e a fase ruim, a fase mais ou menos, a fase das dúvidas, a fase do mimimi e a fase deprê. Mas, se você for muito caxias neurocientifico e mais chique, existe a fase de remissão e de recidiva. Lembre-se que dor lombar não é doença, mas se comporta como doença.
Quando a dor dá uma trégua, vai embora e fica assim por um tempo (indeterminado normalmente) chamamos de fase da remissão. E quando a dor volta e fica por lá chamamos de fase da recidiva (“complicada e perfeitinha você me apareceu”). Isso seria lindo, se não funcionasse sempre assim. Essa é a “Mulher de fases” total pois a dor lombar recorrente é como “meu namoro é na folhinha”. Enfim, não existem explicações definitivas para a dor lombar recorrente.
“A casa é minha você que vá embora…”
Uma das maiores dificuldades para o manejo da dor lombar é aceitar que a dor lombar não é doença de coluna e sim a nossa “mulher de fases” do manejo da dor. Até hoje, tratar a dor lombar como doença de coluna contribui significativamente para as incapacidades funcionais e para a não melhora da dor. Culpa da “saúde”, complicada e perfeitinha.
Cada dor tem altos e baixos. “Quem mandou você gostar, dessa dor lombar, dessa mulher de fases?
Artur Padão
Excelente! Sempre textos leves e realistas