A duração de um tratamento para a dor não é tão simples de definir. “A regra não é clara”. Determinar o número de sessões depende de uma série de fatores, que muitas vezes acaba no pacote clássico e mitológico de 10 sessões.
Estimar este tempo é, na maioria das vezes, um chute, prevalecendo o mito de 10 sessões. Então, o que fazer?
Boa parte dos estudos com dor lombar, por exemplo, estima o tratamento em curto e longo prazo. Posso pensar que o curto prazo leva até 6 semanas de tratamento e acima disso teremos o longo prazo. Isso é extremamente variável, não há uma receita clássica de bolo. Mas, ter números facilita a proposta.
Ok, e ai? “Quantas sessões?”
Toda vez que me fazem essa pergunta eu respondo na lata: “são 6 semanas de tratamento, 1 a 2 vezes por semana e depois reavaliamos tudo”. Mas, só isso? Talvez sim, talvez não. Em boa parte das vezes, um maior tempo de tratamento será necessário. É muito importante se observar o efeito do tratamento ao longo do tempo. E, as vezes, não melhorar e não piorar é uma boa pedida. Eu sempre prefiro definir pelo tempo usando “semanas” e não sessões.
Não existe tratamento sem metas, ou seja, sem saber aonde ambos querem chegar, com prazo de validade e pés no chão. Caso não exista meta, não se pode prever o futuro efeito do tratamento. Isso é uma falha frequente, que muitas vezes cursa com abandono do tratamento. Furada!
Show! “Quantas sessões?”
Número mágico? Quando usamos sessões, dificultamos a prescrição que qualquer terapia, seja medicação, meio físico, acupuntura, exercício ou por injeção. Use semanas ou meses. É mais fácil. Não existe prescrição de fisioterapia, pois fisioterapia não é tratamento.
Cura mágica em uma sessão ou tratamento? Tá bom né!?
Longe das 10 sessões, por favor.
Artur Padão