Limiar e tolerância a dor: meus bons amigos

dor e tolOs termos Limiar e Tolerância passam muitas vezes desapercebidos em vários livros e artigos sobre dor. Ninguém dá muita bola. Mas, tudo isso irá mudar. Apresento a vocês, curtidores, os meus bons amigos Limiar (o mínimo – “complexado”) e Tolerância (o máximo – “se acha”). Você irá gostar deles.

O limiar da dor significa a intensidade mínima de estímulo que é percebido como dor. Funciona como uma assinatura, cada um tem o seu e ele não muda, fica quietinho lá no canto dele. “Totalmente complexado”.

A tolerância a dor significa a intensidade máxima de um estímulo, que produz dor, que uma pessoa possa suportar em determinada situação. Ou seja, é muito subjetiva e cada um aprende a aguentar o rojão da sua forma. Ela se acha tanto…

Numa relação de amizade, não existe muito bem um padrão. Mas, alguma coisa em comum existe. A amizade entre limiar e tolerância não segue as regras, apenas é definida pela dor.

Quanto mais estes bons amigos se aproximarem pior: e se apenas dobrar o corpo para frente fosse o suficiente para a dor aparecer, mas também o máximo de dor suportável para aquela situação? Zebra!

Quanto mais estes bons amigos se afastarem, pior: e se dobrar o corpo para frente fosse suficiente para a dor aparecer, mas isso poderia ser feito diversas vezes e sem limite? Zebra em potencial!

Por isso, conhecer o limiar e tolerância a dor nos ajuda a encontrar um equilíbrio entre o mínimo e o máximo, entre o repouso e o excesso de atividade, entre o não fazer e o fazer, entre o 8 e 80 (https://dorterapeuta.wordpress.com/portfolio/dores-8-ou-80/).

Se limiar é fixo e a tolerância varia, como fica então? Várias situações ameaçadoras são identificas e processadas em nosso mixer natural (medula e cérebro). O somatório das ameaças ou uma muito ameaçadora bate ponto lá no limiar complexado. A partir dai, entra a capacidade individual de tolerar a dor, que irá variar de acordo com vários aspectos cognitivos e o estado geral de saúde.

É claro que o sistema nervoso sensível tem uma grande influência nestes dois bons amigos, que pode botar mais “pilha errada” do que apaziguar a relação. Mas, o “complexado” (limiar) fica na dele, sem mudar seu comportamento e “a que se acha” (tolerância) tem seus altos e baixos regularmente, dependendo diretamente da sensibilização do sistema nervoso.

Portanto, tudo relacionado a dor fica entre estes dois bons amigos inseparáveis. Perturbe sua amizade e terá consequências desastrosas. Mexa nesta relação e a dor perderá seu controle. Escolha mal os testes do exame físico e o tratamento, e ambos não irão lhe tolerar. Mantenha o “complexado” e a “que se acha” como bons amigos.

Quer saber como manter esta amizade? Fique de olho por aqui!

Artur Padão – Dorterapeuta

5 comentários sobre “Limiar e tolerância a dor: meus bons amigos

  1. Tenho um limiar muito baixo pra dor e uma tolerância mais baixa ainda. O mínimo de estímulo me causa dor insuportável. Sofro com isso desde que nasci (não me lembro mas minha mãe sempre notou essa anormalidade) e não encontrei até hoje (20 anos depois) algum diagnostico e/ou tratamento. Gostaria muito de encontrar alguém que possa me ajudar.

    1. Amanda, existem alguns genes que mostram pessoas mais sensíveis a dor do que outras. Isso procede. Não sei se é o seu caso. Na verdade, ser sensível é super comum na população e com vários estímulos, por ex, luz, barulho e cheiros do ambiente. Dor entra na jogada também. Se você for do RJ ou quando estiver no RJ, pode entrar em contato. Abraço

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