Crônicas dolorosas 11: “chato de doer”

dor e chatoTodas as pessoas com queixas de dor tem uma história dolorosa para contar. Pode não ser tão interessante para você, mas certamente faz algum sentido para quem conta.

Falar sobre dor é uma marca pessoal e intransferível, onde os profissionais de saúde tentam desvendar os mistérios narrados por aquele que a sente. E muitos dos que sentem dor, se sentem doentes por isso, pois sua saúde está “mais pra lá do que pra cá”. Dor crônica é doença crônica? Não!

Vejo pessoas com dor crônica todos os dias. Foi o que escolhi, pois acredito que aumente os desafios da lógica científica e da paciência humana. Não adianta, tem que ter “calma e paz no coração” para lidar com os problemas envolvidos na dor, com os questionamentos constantes e com as dúvidas que permeiam o tratamento.

Será que é legal responder mais 20 questionamentos (sempre os mesmos) às 7 horas da manhã, duas vezes por semana, onde nada está bom e a dor persiste? Muito legal, mas as vezes é “chato de doer”. Mas, 5 minutos “caros de doer” e nem olhar para a cara do “chato de doer”? Pé nos glúteos!

E quem é o “chato de doer”? Aquele(a) que só sabe falar de dor, nada mais nada menos. Aquele(a) que não percebe, mas a palavra dor é repetida mais de 50 vezes ao dia. A dor vira o motivo para todos os problemas, é a culpada. Aquele(a) que nunca está satisfeito(a) com os tratamentos e que nada ajuda a aliviar a dor.

E quem fica “chato de doer”? Tem gente que é assim, tem gente que fica assim. Mas, a culpa é sempre da dor, né?

Cansativo, pertubador, desconfortável, chato de doer! Desafiador, instigante, produtivo, chato de doer!

Ser chato é comigo mesmo!

Artur Padão – Dorterapeuta

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