Nesta última parte, a discussão sobre dor irá além da nossa capacidade, onde nenhum homem jamais esteve, onde nosso cérebro arruma a casa para desfrutar do processamento da dor. Vamos mergulhar na dimensão cognitivo avaliativa.
Quando falamos que a “dor pode ser descrita em termos de tal lesão”, significa que nós entendemos (cada um da sua maneira) o que é a experiência da dor, por mais dolorosa que possa ser. Com a parte avaliativa, conseguimos racionalizar frente ao que acontece devido a dor, seus fatores que aumentam e que aliviam a dor, como são os sintomas com suas características sensoriais e afetivas e os significados de cada situação dolorosa.
E o que a cognição tem a ver com isso? Nós aprendemos com a dor e aprendemos que sentir dor pode ter vários significados, cada um no seu quadrado. Aprendemos a dar ou não dar atenção a dor, a julgar se é algo que necessite de cuidado ou simplesmente se devemos ignorar o que sentimos. Talvez por isso, que a dor persistente atrapalhe nosso raciocínio, mexa com nosso julgamento, faça nossa memória apagar os desenhos recentes e, principalmente, perturbe nosso cérebro.
A dimensão cognitivo avaliativa coloca os “pingos nos i’s” e mostra quem manda. Basta você decidir se é você ou a dor. Quando a dor toma conta do nossa inteligência, ela domina nossas ações e decide sobre nossos movimentos do dia a dia.
A escolha pela dor é uma decisão do cliente! E a escolha pelo sofrimento é uma decisão consciente!
Artur Padão