Ano 2018 – A educação em dor no topo

Vamos imaginar uma cena que ninguém quer imaginar: um bebê colocando o dedo numa tomada. Dá um certo arrepio pensar na consequência que isso pode causar. E evitamos ao máximo que nossos fofos bebês cheguem perto das tomadas.

Tomamos várias medidas: colocamos móveis na frente, tampamos a tomada, desligamos a rede elétrica. Enfim, fazemos o possível e impossível. E quando nosso bebê é do tipo “escapista” e consegue alcançar seu objetivo? Não é certeza que o bebê vai tomar um choque, mas que atire a primeira pedra quem nunca deu uma bronca pesada.

O que fazemos na hora?

Brigamos!

Xingamos!

Reclamamos!

Gritamos!

Fazemos um barulho alto!

Um tapinha as vezes na mão!

Um tapa na parede!

Um bate palma forte!

Falamos de forma educada!

Falamos de forma incisiva!

Olhamos com olhar “chuck norris”!

Todas são formas ditas “corretas e educativas” de chamar a atenção do bebê para que, no fim das contas, possa aprender que não deve chegar perto de tomadas. Pois, com choque ou sem choque, o risco é alto. Aprender é educação! E educação é para todos!

Queremos fugir ao máximo das dores, pelo menos a maioria das pessoas quer. Queremos entender mais sobre as dores que não vão embora; pelo menos alguns querem saber.

Queremos saber como a coluna funciona, como ombro belisca os tendões, como os ossos se desgastam e porque o músculo nunca descansa; pelo menos alguns querem saber.

Queremos saber os mecanismos que fazem as dores aparecerem e não desligarem; porque faltam analgésicos no corpo? Porque o cérebro entra em curto circuito? Porque as emoções e o estresse não desligam as dores? Pelo menos alguns querem saber.

Na educação em dor, não existe errado ou certo; não existe a força e seu lado negro; nutella ou raiz. O que existe é uma demanda que cada indivíduo quer e/ou e necessita para entender seu problema. Não enfiamos informações, não obrigamos a nada. Refletimos, guiamos e aceitamos o caminho de cada um com suas dores.

O ano de 2018 é o ano de estudos da educação em dor no mundo. Por isso, entenda as necessidades de cada um. Seja anatômica, biomecânica, neurofisiologica, neurociêntifica, emocional, pessoal, cultural ou qualquer que seja. Se você for capaz disso, será bem sucedido! Mesmo que seja para encaminhar, dar alta, não atender e, claro, conseguir o alivio da dor.

Artur Padão

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