A dor que não melhora: será?

De uma forma geral, faz parte do “perfil de pessoas com dor crônica” relatar que a dor não melhora com nada. Meio frustrante para todos os envolvidos. E assim se faz uma dor crônica persistente e o paciente vai rodando em vários serviços de saúde a procura de algum alivio.

Muitas vezes isso se dá pelo foco na intensidade, ou seja, na quantidade de dor sentida. Tão subjetiva quando qualquer dor, a intensidade pode ser transformada em números, por exemplo, entre 0 e 10 para dar uma nota a dor. Mas, na dor crônica, usar esta ferramenta é a maior furada na maioria das vezes. Para driblar isso e manter o foco na função, podemos usar outros meios para saber sobre a “melhora da dor”.

Então, se:

– A dor deixou de ser espalhada e ficou mais concentrada

– Voltou a tomar banho frio

– Você consegue agora definir bem aonde está a dor

– Tem menos áreas de dor no corpo

– Os episódios agudos diminuiram

– Parou de doer o tempo todo

– Fazendo menos repouso

– Deixou o colar cervical ou cinta lombar

– Você está fazendo mais atividades do que antes

– Não dói como antes

– Consegue dormir melhor

– Acorda melhor

– Usa menos remédio

– Voltou a se exercitar

– Trabalha com menos dor

– Voltou a agarrar a Dona Maria / Seu José

Parabéns, você melhorou.

Vale a pena usar como referência a localização, frequência, qualidade, fatores de piora e melhora, nível de atividade e gravidade da dor do que usar a intensidade da dor.

Artur Padão

Um comentário sobre “A dor que não melhora: será?

  1. É mais ou menos assim que meu neuro me avalia. Pra eu relatar como estou no geral. Muitas vezes, dá pra perceber a decepção do profissional, que não é menos frustrante que a nossa. Afinal, não poupam esforços e almejam sucesso!
    Muitas vezes, sinto-me envergonhada de contar que estou pior. Por causa dos anos de descrédito. Mas, ele me faz ver que é perfeitamente normal esses baixos e baixíssimos kkk na vida do paciente de dor crónica! ?

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