Todo mundo sente dor, todo mundo reclama de dor. Todo mundo entende a dor de acordo com sua experiência, todo mundo não quer sentir dor.
Mas, por pior que possa parecer, sentir dor é normal. Anormal é sentir dor o tempo todo. Praticamente em todas nossas atividades de rotina, a dor pode aparecer: andar, sentar, comer, trocar de roupa, se exercitar, falar, beijar, dormir, acordar, transar, reclamar, beber, cair e levantar.
De acordo com as CNTP, a dor pode aparecer:
– se existe perigo ao nosso corpo
– quando nos machucamos
– no pé nos glúteos
– quando o dinheiro vai embora
– um dia de fúria
– beliscão da mãe
Todas essas situações aumentam nossa proteção. Ainda bem que isso acontece, pois assim nosso sistema nervoso, já nervoso pelo dor, toma medidas cabíveis para manter ou reduzir a proteção de acordo com a ameaça. Por exemplo, a agulha no exame de sangue já é motivo de dor antes mesmo do exame; depilar o peito de um homem com pelos já manda aquele frio doloroso na espinha.
https://www.youtube.com/watch?v=0fKXQQu0aZw
A dor “normal” (CNTP) é aquela que vem e depois vai. Não fica perturbando, não fica persistindo, aparece apenas para chamar nossa atenção de algo “errado”. Tende a ir embora rápido.
Indica um sistema saudável e equilibrado. Mostra que existe uma capacidade própria de controlar a dor e reduzir as reações de diversos sistemas de proteção. Ou seja, resolve tudo sozinho.
Boa parte das dores nas CNTP aliviam independente do que seja proposto de tratamento: exercícios, medicações, acupuntura, até mesmo cirurgias. “Deixar rolar” e “pagar pra ver” fazem parte de um grande teste de “normalidade” do sistema nervoso quando sentimos dor.
Muitos não gostam e partem logo para o ataque. Observa-se que este modelo, de intervenção rápida para o controle da dor nas CNTP, pode em boa parte das vezes contaminar as pessoas com dor com crenças desnecessárias, proibições, restrições na participação social e de atividades que contribuem para a saída da normalidade, progressão para a cronicidade e abraçando a incapacidade.
Afinal de contas, o que é CNTP? Quem não lembra da obrigação de decorar a normalidade na química básica?
E segue a dor…normal!
Artur Padão – Dorterapeuta