Transformar algo subjetivo em objetivo parece simplório demais, dentro de um universo multidimensional infinito galáctico místico que é a dor. Porém, as pessoas podem enxergar a melhora ou mudanças quando os números mudam.
Existem poucos instrumentos clínicos validados para o português do Brasil em comparação com os de fora. Isso limita um pouco nossa prática, mas nada como se virar um pouco para as coisas andarem.
As medidas de mensuração podem avaliar dimensões relacionadas a dor, como as Escalas Visual e Numérica de Dor que avaliam a intensidade (unidimensional). O Questionário de Dor de Mcgill e o Inventário Breve de Dor avaliam múltiplas dimensões.
Medidas específicas como o Douleur Neuropathique 4 (DN4) e o Leeds Assessment of Neuropathic Symptoms and Signs são para identificação da dor neuropática.
Medidas de Resposta a Dor são as consideradas fisiológicas como a mudança na frequência cardíaca ou sudorese. Mas, também incluímos os comportamentos e reações a dor, emoções e outras coisas psicológicas a mais. Destacam-se o Hospitalar Anxiety and Depression para ansiedade e depressão, a Escala Tampa de Cinesiofobia e o Questionário de Crenças de Medo e Evitação.
Medidas de Impacto estão relacionadas a capacidade funcional e qualidade de vida, como as Escalas de Capacidade Funcional como o Oswestry e Roland Morris para a região lombar e o SF-36 para qualidade de vida, respectivamente.
Ainda temos os questionários de triagem para bandeiras amarelas que estão chegando na área como o STarT Back.
Esses são apenas alguns exemplos que irão ter um escore final numérico, que deve ser comparado antes, durante e depois do tratamento. É chato? sim. Cansativo? sim. Perda de tempo? Não. Mudar sua rotina de avaliação pode trazer novos ares e uma nova forma de entender os problemas que os pacientes com dor se queixam.
Lembre-se que Dor crônica persistente: 2 + 2 = – 27