Na primeira parte desta dolorosa sequência, vimos um pouco sobre os centros de tratamento da dor. Agora, vamos além para buscar nos bastidores “quem faz o quê” nesta relação de trabalho entre todos os envolvidos. No final das contas, em clima “Rock in Rio”, queremos ver um grande show de rock.
Cada profissional tem papeis e responsabilidades individuais e coletivas dentro de uma equipe. Desenvolver e buscar habilidades de comunicação entre todos, participar de reuniões frequentes e acompanhar a evolução dos pacientes “já é meio caminho andado pra rolinha comer alpiste”, ou seja, devem estar no sangue de todos.
Outro ponto a ser observado é o alivio da dor em si, analgesia, onde cada profissional tem habilidades diferentes: por meios físicos, por substâncias químicas, procedimentos não invasivos ou invasivos, por educação em dor e por ai vai. Oferecer analgesia não é suficiente!
Segue abaixo “quem faz o quê” dentro da equipe:
Medicina – – Atua como diretor médico, assumindo um papel direto no tratamento e acompanhamento das condições médicas do paciente. Outros médicos também devem participar da equipe, mas é importante ter alguém para organizar a casa.
Enfermagem – – Acompanha as atividades médicas gerais e procedimentos, auxilia na triagem dos pacientes, orientações e participa ativamente do treinamento dos profissionais de saúde. Afinal de contas, ninguém aprende a cuidar como a enfermagem, certo?
Saúde Mental – – Promove o acompanhamento psicossocial do paciente, além de ajudar a equipe a ter mais “equilíbrio mental” e estratégias para lidar com a dor e sofrimento dos pacientes. Os outros profissionais devem aprender a identificar características psicossociais e “trazer para perto” a saúde mental.
Fisioterapia – – Auxilia os pacientes nos ganhos de função gerais do corpo e mente, facilitando o desenvolvimento de estratégias para aumentar a capacidade funcional de forma progressiva e segura. Organiza a utilização de meios físicos para o tratamento da dor, bem como orienta os pacientes na utilização destes tratamentos em sua rotina diária.
Terapia Ocupacional – – Fica de olho nas características ocupacionais das atividades do paciente, especialmente quando existem incapacidades físicas e funcionais que afastam os pacientes do trabalho. Além disso, também facilita o ganho de função em diversas atividades.
Nutrição – – Vai muito além do glúten e lactose! Os nutricionistas ganharam um espaço de respeito na avaliação e acompanhamento alimentar do paciente com dor, que também envolve a reeducação alimentar, orientação sobre alergenos e alimentos sensibilizastes dos sistemas, alimentos que ajudam no relaxamento e alívio da dor.
Educação Física – – Promove avaliação física e funcional, bem como a organização e planejamento de programas de exercícios físicos, mantendo o paciente ativo em sua rotina diária e observando os efeitos dos exercícios na saúde dos pacientes.
Odontologia – – Está presente para a avaliação e acompanhamento dos pacientes com distúrbios orofaciais, oferecendo tratamentos odontológicos associados as queixas de dor. Diversos distúrbios orofaciais favorecem a sensibilização e persistência da dor, tornando o (a) dentista indispensável dentro de uma equipe.
Somando-se a estes profissionais, podemos encontrar biólogos, veterinários, farmacêuticos, dentre outros trabalhando em equipes de tratamento da dor. Não podemos esquecer que os cuidadores e familiares também fazem parte, se você quiser que sua equipe seja interdisciplinar. Não esquecer que o paciente também faz parte deste processo, pois é a partir de sua existência que estamos na área.
Muita gente trabalhando junto? É difícil, mas é possível.
Artur Padão – Dorterapeuta