Na dor crônica, é comum as pessoas se queixarem de prisão de ventre ou constipação, o famoso intestino preguiçoso. E isso incomoda e pode provocar dor no abdômen, uma dor mal localizada que não melhora a não ser que o vaso sanitário seja a próxima missão.
E além disso, o intestino preguiçoso manda lembranças para a coluna lombar, mas não é por carta direta não. É por dor mal localizada e espalhada, quase um “old school” telegrama intestinal.
É porque isso ocorre? Reza a lenda científica que a persistência da dor ao longo do tempo modifique o funcionamento regular de vários órgãos como intestino, fígado e bexiga. Chamamos estas alterações de síndromes funcionais (que na verdade são disfuncionais), onde não se encontra lesão que justifique a mudança, mas a função se altera. No intestino, as vezes, se comporta de forma mal criada ao estilo 8 e 80, ou seja, alterna momentos de diarréia e prisão de ventre. Hoje é o papo é preguiçoso.
Remédios causam também preguiça intestinal? Sim, e como! Os analgésicos fortes (opioides) afetam o trânsito e absorção de alimentos e nutrientes, levando ao “engarrafamento fecal” no intestino. E já viu! “Trânsito muito louco” pois os carros não se entendem e “Loucademia de polícia”.
Alimentos ao estilo fast food também prendem o intestino. E pessoas sensíveis a determinados alimentos também. Mas, além de “prender o ladrão”, “soltam” durante o fim de semana e feriados.
Para combater a preguiça e permitir o “sempre livre sempre seca intestinal”, a melhor recomendação é seguir uma boa alimentação com frutas, legumes, alimentos com fibras e integrais, que funcionam como “guardas de trânsito” para organizar a casa. Quando o asfalto tem seus buracos, é necessário preenche-los com um novo asfalto de qualidade, sem muitos remendos ao estilo macgyver. Além disso, ter uma rotina de ir ao banheiro é essencial, bem como ter um “bom ar” ao lado para qualquer emergência. Dizem que existem até boas posições de sentar no vaso sanitário para espantar o capeta intestinal.
Caso o natural não funcione, vamos pedir ajuda dos universitários da indústria e afins. Estão na lista os remédios do tipo laxantes (que varre tudo logo), óleos minerais, remédios do tempo da vovó. A ciência mostra que exercícios, massagem abdominal, TENS e biofeedback ajudam a aliviar a dor e a “soltar o dragão”.
Enfim, a batalha é dura, tensa e dolorosa, mas pode ser vencida de várias formas. Sempre avante, “activia e jonny walker”, contra a dor!
Artur Padão