http://www.apa.org/research/action/hypnosis.aspx
* “Compre batom…Compre batom…”
Os efeitos da hipnose são ainda misteriosos para os que entendem pouco a respeito (como eu). Por isso, são comuns as crenças de achar que é algum tipo de magia da bruxa do 71 ou charlatanismo. No alivio da dor, sugere-se que a hipnose faz a mesma coisa que, por exemplo, o exercício físico faz: libera substâncias analgésicas como a serotonina, noradrenalina e endorfinas. Se for apenas isso, prefiro o exercício pois promove muito mais saúde.
Apesar de acreditar que a hipnose pode ajudar muito as pessoas com dor crônica, pode ser um meio de favorecer o chamado locus de controle externo, onde as pessoas depositam suas responsabilidades nas mãos de outros. Essa é uma característica comum, por exemplo, nas pessoas que sofrem com dor crônica.
* “Vou popotizar você (didipnose)”
O grande lance da hipnose é a mudança de foco para qualquer outra coisa que não seja “dor”. Não é apenas a liberação de substâncias analgésicas, mas sim a famosa distração. Encontrar um outro foco para o problema, diferente da dor, diminui a atividades dos neurônios do cérebro responsáveis pela produção de dor. É lá que a dor é produzida, lembra? Ou já comprou batom? http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(12)00393-4
* “Você me hipnotizou…”
Adeptos da hipnose no alivio da dor a entendem como uma ótima ferramenta para facilitar a vida do paciente com dor crônica. Mas, vale lembrar que o alivio da dor é uma das várias etapas envolvidas neste processo de controle da dor. Por isso, a hipnose pode funcionar bem, melhor até que remédios, melhor até que fisioterapia, e com um baixo efeito colateral (talvez).
Hoje a hipnose é usada também em procedimentos diagnósticos, durante e após cirurgias, no dentista – mudando o foco.
Não deixe a dor hipnotizar você, pois irá trazer um foco de aborrecimentos, problemas, incapacidade e sofrimento. Se você foi hipnotizado pelo estudo da dor, cuidado para não terminar o dia na madrugada do dia seguinte.
Artur Padão – Dorterapeuta