Talvez não exista outra palavra melhor para descrever algo que só de pensar já dói: a fibromialgia. Talvez seja hoje a “doença” mais falada de todas quando pensamos em dor intensa e limitante.
Desvendando a palavra: fibro = tecidos fibrosos; mio = músculos; algia = dor.
A dor na fibromialgia apresenta algumas características próprias, o que causa muita confusão. Parece que todo mundo agora está com fibromialgia, só porque dói o corpo todo. Quem já não teve dor no corpo todo quando pega uma gripe? Então rotular alguém e diagnosticar como fibromialgia pensando apenas na dor irá ter a zebra presente!
É bem mais comum nas mulheres, entre 40 e 60 anos. As pessoas que realmente tem fibromialgia demoram mais de 5 anos para serem diagnosticas. Bizarro hein?
:. Como é a dor?
Em todo corpo e de forma persistente, profunda, difusa, as vezes latejante. Todos os tecidos como pele, músculos, ligamentos, articulações ficam mais sensíveis ao toque, movimento e a todos os tipos de estímulos, até mesmo calor ou frio. A dor aumenta com a repetição destes estímulos (somação temporal), temos também presença ilustre da alodínia (dor por estímulos que não deveriam doer).
:. Porque dói o corpo todo?
A teoria mais recente fala sobre a falha do nosso sistema de controle de dor, chamado pelo nome difícil de “sistema supressor da dor”.
Não se sabe ainda porque isso acontece, mas vou mostrar outras teorias:
Alterações nos hormônios – dois deles são muito importantes: aumento do cortisol, que é liberado nas situações de estresse e por ajudar na inflamação; diminuição do hormônio de crescimento (GH), que renova as células, sendo que sua maior liberação ocorre durante o sono profundo. Se a dor provoca estresse ou o estresse provoca dor, temos mais cortisol presente. Se não conseguimos dormir, não conseguimos liberar o GH e por isso não temos renovação das energias do corpo, provocando cansaço (fadiga) intenso.
Grande diminuição da serotonina – substância que ajuda a controlar a dor.
Excesso de substâncias irritadiças como a substância P e fator de crescimento neural no líquior. Isso significa que o corpo fica mais sensível a tudo.
Curto circuito no sistema nervoso central, aumentando a sensação dolorosa.
Fatores genéticos – mudanças nos genes de alguns sistemas, como o da serotonina e dopamina.
:. Como a dor não é o único sintoma, vamos falar dos outros:
– cansaço (fadiga) intenso
– problemas para dormir
– rigidez nas articulações
– perda da memória recente
– problemas afetivos
– problemas cognitivos
:. Outros problemas associados a Fibromialgia:
– depressão e ansiedade em níveis altos
– estresses pós traumáticos
– síndrome da fadiga crônica
– síndrome do cólon irritável
– dismenorréia, cistite intersticial, outras alterações reumáticas e problemas na articulação temporomandibular, cefaléias
É um baita problema para muita gente. Se você tem muitos destes sintomas, está na hora de procurar mais informações.
Artur Padão
Acho que de tudo que já li este artigo é o que mais representa as dores que sinto. Gostei. Mas além do que foi dito eu também sinto dores em alguns órgãos, como os rins, o intestino e útero.