Tudo bem, tudo bem. O que uma coisa tem a ver com a outra? Isso eu me pergunto todo o dia. Dor e Nocicepção parecem ser colegas no colégio, mas na verdade todos nós achamos que são grandes amigas e trocam jeans viajante. A partir da nocicepção costumamos falar sobre dor. Pensando assim, estamos dizendo que é necessário que algo de ruim aconteça nos tecidos periféricos para termos dor…Será?

Blz, blz. Cada etapa deste processamento significa:

1. Transdução: transformar – – estímulo nocivo ou nociceptivo (fibras C e A delta) em potencial de ação para ser levado aonde tem que ser levado

2. Transmissão: enviar – – engata a primeira marcha e leva estes estímulos pelas linhas espinotalamica (A delta) e espinoreticulotalamica (C)

3. Modulação: modificar – – pedágio independente, onde a medula decide quem passa (aumenta) ou quem vai ficando pra trás (reduz)

4. Percepção: identificar – – é ou não é ameaçador? Se sim, dor pode ser produzida para nos proteger.

Isso, portanto, é o processamento da……………Nocicepção, e não da dor. O processamento da dor é cortical, que sofre influência da nocicepção. Mais nocicepção, mais ameaça. Mais ameaça, mais chance de doer.

Parece meio exigente, mas se aceitarmos que essas etapas fazem parte do processamento da dor, então a dor:
– – sofre transdução juntamente com outros estímulos
– – é transmitida da periferia para o sistema nervoso central
– – é aumentada ou diminuida pela modulação (modulação ok)
– – que chega é processada nos centros superiores (percepção ok)
– – depois a dor é enviada de volta para a região machucada

Faz sentido? Negativo e Inoperante! Dor e Nocicepção ainda são colegas de colégio (sem jeans viajante), se esbarram de vez em quando na hora no recreio.

Artur Padão – Dorterapeuta nociceptivo