Eu, tu, ele(a), nós, vós e eles(as) fazemos confusão para definir o que é um tratamento para a dor. Não para falar dos recursos ou opções em si, mas simplesmente para definir o que é tratar alguém ou algo, como pessoas ou bichos, tecidos ou partes do corpo, respectivamente. Tratamento também é o processo de alcançar a cura ou alivio de uma doença / condição. Outra forma de ver o que é tratamento é o “Meu trato com o paciente é assim…”, ou seja, minha forma de lidar com o paciente é assim – também posso chamar isso de tratamento, só que em outro sentido da palavra.
Adentrando o universo do atendimento, a educação e a orientação do paciente com dor são parte essencial do sucesso de diversos tratamentos para a dor. E no oposto nada atrativo dessa história seguem os insucessos por sua falta na rotina, tornando o processo terapêutico uma fábrica setorizada. Educação instrui, educa e disciplina o aprendizado com formas variadas. Em dor, a educação costuma ensinar temas sobre a dor em si, hábitos, comportamentos e o corpo humano sadio e doente. Já a orientação é um direcionamento dado ao paciente com o objetivo de mudar hábitos, comportamentos e também aliviar a dor. “Batidos, não mexidos” (Bond e Vesper. “Cassino Royale”, 2006).
E ai? Tratam ou não a dor?
Para entender melhor se são ou não “tratamentations” para a dor, vamos colocar na mesa o termo Intervenção. Assim, sua salada fica mais mixxxxta (carioquês raíz) ainda. Intervenção é o ato em si de intervir ou interferir no curso de algum evento; usado também para ajudar no tratamento ou cura de alguma condição de saúde. Comparando Tratamento x Intervenção, vamos ao seguinte desfecho doloroso: Todos os tratamentos são intervenções, mas nem todas as intervenções são tratamentos. “Metal is the Law” (Massacration, 2005).
Por exemplo, são intervenções: Exames de imagem, exames complementares, procedimentos diagnósticos, tratamentos em si (intervenções terapêuticas), tratamento precoce e, o grand finale, orientação, educação e exercício. Que coisa. Isso mesmo! Essa confusão entre tratamento e intervenção será eterna. Em outro exemplo neste aspecto podemos pensar em terapia manual. Posso usar terapia manual como uma ferramenta diagnóstica de hipo ou hipermobilidade articular, para diagnosticar pontos gatilho e também podemos usar terapia manual para tratar condições dolorosas ou parte do corpo com dor. Acupuntura vai na mesma onda, assim como outros. Fica mais bonito chamar de intervenções terapêuticas.
Todos os tratamentos são intervenções chamadas de terapêuticas, mas nem todas as intervenções são tratamentos ou terapêuticas!
Por isso, “education” e “orientation” não são “tratamentations” para a dor. São “interventions” envolvidas no processo terapêutico ou de tratamento de um paciente com dor. “E tenho dito” (Kuiil. “Mandalorian, 1T,E1, 2019).
Isso é quase um “Metal Milkshake” (Massacration, 2005).
Artur Padão