Dor Neuropática: O “calcanhar de aquiles” do manejo da dor

dor neuroQueima? (ai) Arde? (ui) Choque? (ei) Dormente? (?) Alfinetes e agulhas? (pin) Coceira? (coça) Formigas andando na pele? (oi????)

Sim, essa é a dor neuropática na área.

Jensen (2011) redefiniu o que já se sabia de dor neuropática, complicando a nossa vida mais ainda: “dor provocada por doença ou lesão no sistema nervoso somatosensorial”

Essa “nova” definição deixa claro que alguma coisa ruim precisa acontecer no sistema nervoso para que ele fique bem nervoso, e que as estruturas somáticas dos componentes sensoriais reclamam, reclamam e reclamam.

Temos ai um primeiro grande super sensacional problema: o grupo de paciente com dor crônica de características neuropáticas (3-17%). Este grupo não se encaixa na definição de dor neuropática atual, mas os pacientes reclamam dos mesmos sintomas neuropáticos. Totalmente Neuro Antipático isso! Os mesmo mecanismos que cronificam a dor por lesão no sistema nervoso são os mesmos responsáveis pela cronificação da dor não neuropática. Bastardos!

E em segundo lugar: dor neuropática é uma descrição clínica, que depende de uma lesão ou doença como critério – – Não é diagnóstico. Ihhhhhh amigo, se não é diagnóstico, então dançou para o House MD. Isso mesmo, existem critérios de identificação para você decidir se é ou não dor neuropática.

Terceiro tempo: quantas modalidades de fisioterapia vocês conhecem para o controle da dor neuropática? zzzzzzzzzzzzzz. Mobilização neural / neurodinâmica? Zzzzzzzzzzzz.

Então, como tem que ser para ser dor neuropática na vida clínica do fisioterapeuta? Fale com o Treede et al, 2008.

1. A dor tem que seguir uma distribuição neuroanatômica (trajeto de nervos, dermátomos, inervação cutânea)
2. História clínica de lesão ou doença no sistema nervoso
3. Achados positivos ou negativos (P – todos que exacerbam as respostas: hiperestesia, hiperalgesia, alodinia, parestesia, disestesia; N – todos que diminuem as respostas – perda de força, hipoestesia, analgesia)
4. Exame que comprove a lesão!

http://www.thelancet.com/…/PIIS1474-4422(10)70143-5/abstract
http://www.sefap.org/…/dolor-neuropatico-bmj-2014_editora_1…
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20851519
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24291734
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18003941

E tenho dito. Rumo ao Congresso Mundial de Dor em Buenos Aires!

Artur Padão – Dorterapeuta

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