Quando as pessoas começam a estudar dor, esbarram em um grande complicaDor que se chama a Nocicepção. Aparentemente parecem a mesma coisa, mas que causam muita confusão quando definimos estes termos.
Para facilitar a vida, a nocicepção é todo o sistema de detecção de ameaça e a dor é uma das formas que nosso cérebro reponde a ameaça.
Como então trazer este conhecimento para o atendimento regular? Antes de mais nada, o curioso e utópico modelo biopsicossocial permeia os estudos da dor e conseguiu cutucar os neurônios de muitos colegas da área da saúde. Mas, não é fácil.
Quando conseguimos entender que dor e nocicepção são apenas colegas de colégio que se esbarram de vez em quando na hora do recreio, a vida melhora consideravelmente. Mas, se isso não faz sentido para você, então talvez você irá tratar o paciente com um “toldo”. Ou seja, você irá olhar apenas para os músculos, juntas e vísceras, sem se preocupar com toda a integração biopsicossocial proposta.
Mas, será que realmente conseguimos fazer o que tanto falamos: “tratar o paciente com um todo”?Talvez sim, se você se interessar cada vez menos, por exemplo, em colocar a coluna lombar do paciente dentro de um “toldo” protegida de tudo. Ou seja, quando você “olha apenas para o recheio e não para a casca do pão, muito menos para as pessoas que querem morde-lo”.
É possível sim, remover o “toldo” e pensar no “todo”. Mas, tem que ser o “todo” mesmo hein? Não é botar o paciente para treinar posturas sustentadas e achar que isso irá mudar suas “posturas comportamentais” ao longo do dia.
Com o “toldo” aberto, talvez menos reações dolorosas. Nada como testar e ver o que acontece. Isso faz com que as pessoas aprendam a conhecer seus capacidades e limites.
Por menos dor e muito menos nocicepção.
Artur Padão – Dorterapeuta