Por diversas vezes, me deparei com pessoas conversando e fazendo carinho em plantas. Isso sempre me intrigou, tendo em vista que as plantas são plantas, como as pedras são pedras. Mas, a ciência moderna vem com força total para mudar minhas crenças.
Hoje, já se fala que as plantas tem memória, podem até pensar, são inteligentes e alguns se arriscam a dizer que, pasmem, as plantas sentem dor.
Sobre a dor, a neurociência entende que para termos dor devemos ter um cérebro (com neurônios – não adianta ter cabeça oca). As plantas são capazes de emitir sinais elétricos, semelhantes aos neurônios, em toda a sua estrutura, o que leva informações diversas de comunicação. Então, plantas tem estímulo e resposta.
Se a dor é uma resposta programada por um conjunto de neurônios, poderia uma planta sentir dor? O sistema nervoso das plantas é descentralizado, ou seja, está espalhado de formas diferentes nas diversas estruturas. As plantas captam a luz ou barulho, e são capazes de identificar mais de 20 tipos de parâmetros ambientais. Para isso, o que não é diferente com a dor, as plantas precisam ser inteligentes, ter memória e aprender.
Os animais (incluindo o ser humano) e as plantas tem formas diferentes de processar informações pois seus sistemas são integrados de formas diferentes. Mas, com uma coisa em comum: após um estímulo, temos uma resposta. Talvez, o que a gente chame de dor seja diferente do que ocorre numa planta, talvez uma nocicepção vegetal.
Só chamamos de dor porque em algum momento da história da humanidade alguém disse que tudo aquilo de ruim que a pessoa sentiu era dor.
Preciso então parar de comer salada? Nossa vida é sempre uma cadeia alimentar amigo, cadeia alimentar dolorosa. Mas, lembre-se que elas lembram. Em uma próxima vida, você pode vir planta!
Artur Padão – Dorterapeuta (parei com comer salada)