O vento? A roupa? O clima? Encostar na pele? Tudo isso dói?
É isso mesmo, tudo isso dói!
Por definição científica, a alodinia é dor provocada por um estímulo que normalmente não provoca dor. Porém, o estímulo deve levar a uma resposta dolorosa incomum, aberrante, bizarra, não esperada e extremamente dolorosa.
Isso significa que existe uma mudança na qualidade das sensações ou seja, o que antes era normal e esperado (toque na pele, temperatura) se torna anormal e não esperado.
Porque isso acontece? A culpa toda é do sistema nervoso.
Mudanças em sua estrutura e função fazem um vira casaca total entre receptores na pele e neurônios (quando o urubu resolver torcer para o bacalhau).Quando sistema nervoso resolve arrumar a bagunça neuroplástica pós rave, então temos uma chance da alodinia dar as caras.
A lesão no sistema nervoso afeta o funcionamento normal de fibras nervosas como a C, A delta e A beta. A atrofia das fibras C fazem com que a bagunça fique mais bagunçada ainda. Na tentativa da mãe neuronal de arrumar a zona pós night bombante, acaba trocando tudo de lugar.
Os neurônios medulares responsáveis pelas fibras A beta (lâmina IV) migram em direção às lâminas I, II e III responsáveis pelo tato e temperatura via brotamento (ver postagem sobre brotos do wilson simonal aqui). Por isso que toque se torna “não me toque”.
Agora, se eu me queimar de sol na praia bombante de copabronx e ficar com dor, isso é alodinia? Se a resposta dolorosa for aberrante e não esperada, sim. Porque? Porque sim.
“Que a dor não esteja com você”
Artur Padão – Dorterapeuta