Crônicas dolorosas 14 – uma joelhada dolorosa 

dor e joelHá 10 anos que o joelho não tinha mais dor. A vida tinha mudado e o famoso cisto de baker, que fica na parte de trás do joelho (região poplítea) estava adormecido, hibernando. Mas, depois de receber uma joelhada frente a frente com outro joelho, tudo mudou. Como um vulcão adormecido, soltou fumaça e a dor surgiu novamente, só que na frente.

E, claro, o cisto de baker foi “ativado novamente”, levando toda a culpa pela dor e mais uma vez o discurso de “está tudo acabado, voltamos a estaca zero”. Fora isso, recebeu a seguinte orientação/proibição: “você nunca mais poderá correr”. Foi como uma punhalada nas costas.

O cisto de baker é tipo uma bolsa de liquido sinovial (líquido da própria “junta”) que se forma sabe lá como e porque. A maioria das pessoas que tem esse cisto não tem dor e, quando tem dor, está relacionada a ruptura do cisto. Portanto, o cisto de baker é um achado apenas, um amigo eterno, que raramente irá brigar com você, mas que costuma receber toda a culpa.

É muito mais fácil justificar as dores quando olhamos algo esquisito nos exames de imagem. Mas, dor não se justifica por imagens. Dor se justifica pela sensação de sentir, de perceber que está doendo. Essa imagem gera dor no bolso, gera incapacidade, gera orientações e proibições sem necessidade e sem justificativa científica. Imagem é “nocebenta” (nocebo = efeito de piora a um tratamento falso; é o oposto do placebo).

Joelhada dolorosa dói da pancada. Proibições desnecessárias e sem o menor sentido? Joelhada na…

Artur Padão – Dorterapeuta

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