Crenças disfuncionais e dor: “tuas ideias não correspondem aos fatos”

dor e crençaQue “o tempo não para”, todo mundo sabe. E nossa dolorosa vida vai seguindo, cada um no seu caminho. E para seguir a vida, tomamos nossas decisões dolorosas ou não. Pensamos no que estamos fazendo, as vezes é tão automático que a gente apenas age, sendo doloroso ou não. As consequências disso tudo são baseadas (não é cannabis) em nossas crenças, ou seja, em tudo o que a gente acredita e age como tal. E tem uma grande, mas grande influência dos nossos antepassados, da cultura que estamos inseridos, dos contextos, da nossa vida e da mídia também. Não esqueça disso!

E para pessoas com dor crônica, a crença pode ser aquele bichinho coçando a orelha.

No universo do estudo da dor, as crenças podem ocupar um grande espaço na vida das pessoas que sofrem por dor. E o resultado de uma crença pode deixar você “cansado de correr na direção contrária”. Chamamos de crenças disfuncionais aquelas que tem um impacto ou resultado mais negativo na vida das pessoas. Atrapalha mais do que ajuda, mas a própria pessoa não percebe isso.

E quando “eu vejo o futuro repetir o passado”, não saímos do mesmo lugar. Isso é o que uma crença disfuncional faz. Se acreditamos que o repouso é a melhor solução para o alivio da dor, a tendência é manter o repouso e até mesmo evitar atividades. Isso tem, por exemplo, consequências como mais dor, mais limitação e até mesmo depressão.

Na verdade, quando “tuas ideias não correspondem aos fatos”, temos um problema. Acreditar que a dor é resultado de algo machucado no corpo é um pensamento muito comum, porém não corresponde ao fato. A neurociência nos últimos anos já consumou esse fato, o engoliu, digeriu e mandou ralo abaixo. Dor e lesão não tem amizade. Mas, “eu acredito nisso”! Então, se você se sente machucado, vai querer curar esse machucado. E quando o machucado não existe e a dor existe, lidar com esse conflito de informações é uma árdua tarefa.

Várias crenças são consideradas disfuncionais, rodeando os pacientes com dor crônica. Então, estas crenças dizem a respeito do que quanto o paciente acredita que:

*Pode controlar sua dor – CONTROLE

*As emoções influenciam a dor – EMOÇÃO

*Existe incapacidade pela dor – INCAPACIDADE

*A dor é causada por dano físico – LESÃO

*Remédio é o melhor tratamento para dor – MEDICAÇÃO

*Outros devem ajuda-lo por causa da dor – SOLICITUDE

*Existe cura para seu problema – CURA

*A religião influencia a dor – RELIGIÃO

*Evita de exercitar por causa da dor – MEDO E EVITAÇÃO

*Não é capaz de “tocar a vida” – BAIXA AUTOEFICÁCIA

Pensar assim, é viver assim, é seguir a vida assim. Para mudar o curso desta história, é necessário pensar diferente. Mas, não entregar a bandeja com a comida, mas sim se servir. Ou seja, mudar o pensamento é uma auto percepção que a crença antiga não serve mais e precisamos de outra em seu lugar. O próprio paciente deve perceber isso.

E assim, “dias sim dias não eu vou sobrevivendo sem nenhum arranhão”!

Artur Padão

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