Um jogador está com a bola e tem 3 adversários ao seu redor, tentando mostrar a pseudo mágica / arte atual do futebol brasileiro. Um deles encosta a mão em suas costas e o “driblador” se joga no chão, rolando e com a mão no rosto pedindo falta.
Uma cena exagerada, como todo mundo já viu centenas de vezes. Esse é um comportamento adotado pelo jogador de futebol que, quando está pressionado e encurralado, caso não consiga driblar seus adversários, tenta “cavar” uma falta a qualquer custo, exagerando suas reações. Assim, o juiz poderá se solidarizar e marcar falta.
Tendemos a exagerar nossas reações e comportamentos quando queremos algo. Isso é normal. Se estamos com dor e queremos resolver este “problema” e por isso, exageramos a descrição da dor, falamos mais alto, mostramos aonde dói, fazemos de tudo para as pessoas acreditarem que você está com dor, faz parte do jogo. A isso, chamamos de comportamento doloroso.
No universo do estudo da dor, o comportamento doloroso ocupa o topo da escala do modelo de Loeser: Nocicepção – – Dor – – Sofrimento – – Comportamento doloroso = uma cebola de 4 camadas.
A medida que a dor persiste, se cronifica, perturba mais e mais, faz as pessoas sofrerem mais, o comportamento doloroso ganha bastante espaço na rotina de atividades. Dor e comportamento fazem parte do mesmo pacote, pois são reações que temos a presença de ameaças.
Como um curtidor dorterapeuta doloroso, coloco para você 5 pontos relevantes que irão lhe ajudar a identificar esse tal comportamento doloroso:
1. Queixas não verbais barulhentas: suspiros, engasgos, gemidos, grunidos ou gritos
2. Expressões faciais: caretas, testa franzida, olhos apertados, dentes cerrados, lábios apertados, expressões distorcidas ou queixo caído
3. Uso de órteses protetoras sem necessidade
4. Inquietação: movimentos excessivos do corpo, incapaz de ficar parado
5. Cutucar a área dolorida (Eu caçaDor de mim)
6. Queixas verbais barulhentas: desconforto, dor, “já chega de dor”, “pare com isso”, “isso dói”.
É isso ai. Abaixo ao comportamento doloroso. Em uma próxima postagem, vamos falar como cortar isso pela raiz.
Artur Padão – Dorterapeuta