A pizza brotinho ou a gatinha brotinho do sistema nervoso faz parte de um dos mecanismos de neuroplasticidade fisiológicos do sistema nervoso. O brotamento cria novas conexões entre as diversas estruturas para aumentar a função = é como o sistema funciona = raízes da árvore em busca de “alimento”.
A persistência da dor ao longo do tempo (não sei quanto) gera brotamento aumentado em diversas regiões do sistema nervoso, ex. gânglio da raiz dorsal e corno posterior da medula. Isso aumenta a atividade dos neurônios (já aumentada pela sensibilização) e cria conexões ruins ou mal adaptativas (brotinho de calabresa sem queijo estilo habib’s).
E ai amigo, quando isso acontece, o sistema nervoso fica “rayalmente” alterado em sua estrutura, onde o sistema “pouco” simpático abraça a causa neuroplástica e começa a participar destes mecanismos (aumenta a liberação de “red bul”) – sensibilização persistente.
Outro brotamento ocorre nas lesões do sistema nervoso = recuperação estrutural e funcional = possível dor neuropática. Se o brotamento se conectar aos ramos sensitivos dos nervos, então a dor neuropática terá características de disparos, choques abruptos, tipo descarga elétrica. Chamamos esses brotinhos irregulares de descargas ectópicas.
E um outro brotinho, mais nervoso ainda, se junta no corno posterior da medula (não é dor tourácica agora). As lâminas que estão envolvidas na nocicepção (I, II e V – tato, temperatura e químico) brotam em direção as lâminas III e IV (toque, pressão, vibração, senso de posição e estiramento muscular). E ai amigo, quando isso acontece, temos alodinia (dor provocada por um estímulo que normalmente não provoca dor) = dor abrupta e super intensa, anormal e super esquisita.
É isso ai. Brotinho também é cultura neuroplástica dolorosa. É música para os meus ouvidos.
Artur Padão – Dorterapeuta