Ter dor crônica não deve ser nada fácil. Além da dor e do impacto direto na vida, não deve ser moleza ouvir comentários do tipo “vem da sua cabeça”, “não é possível ter tanta dor assim”, “ai que saco, lá vem a maria das dores”.
Muitos dizem, e eu também acredito, que pessoas com dor crônica desenvolvem maneiras diferentes de conviver com sua dor. Não é incomum existirem apelidos para a dor, como uma companheira para todas as horas, mesmo sendo desagradável.
Observando isso, alguns autores sugeriram que existem padrões de convívio com a dor. É a maneira como a dor se envolve na rotina diária, em algumas das seguintes relações:
– Caótica: “eu sou a minha dor” – – O corpo é a região que dói e a vida é voltada para tratamentos. O foco é a dor, a busca da cura e as repercussões negativas.
– Dependência: “preciso sentir dor” – – Fica tudo bem quando não dói, mas a vida vira um inferno e não dá pra fazer mais nada quando a dor aparece. A dor se torna necessária.
– Repulsa: “eu odeio a dor” – – Nada de diferente de quando sentimos raiva e ódio de algo, só pensamos nisso. Ajuda só é necessária quando precisa cuidar da dor.
– Integração: “eu e a minha dor nos damos bem…de vez em quando trocamos tapas e beijos” – – Não é uma Brastemp, mas já é alguma coisa.
O que é conviver com dor? Só sabe quem sente!
Artur Padão – Dorterapeuta