Todos nós já queimamos o corpo no sol: a pele fica sensível até no vento e no toque na pele, parece que o hidratante não adianta e dói pra burro até mesmo movimentando o corpo. É exatamente isso o que acontece com o sistema nervoso de pessoas com dor persistente: fica sensível como a queimadura de sol. Mas, diferentemente da queimadura, algumas semanas não são suficientes para “cicatrizar e renovar” o sistema nervoso. Isso pode ser marcante para nossos neurônios e ficar memorizado para sempre, ou seja, ser sensível e ter dor persistente por um longo tempo.
Então, pessoas com dor persistente memorizam que a dor faz parte do usual e da rotina de funcionamento do cérebro. Puro curto circuito. Adianta desfibrilar? Coisas que antes nunca doiam, agora vão doer: sair de casa, comer, trocar de roupa, ir ao banheiro, brigar com a namorada, ficar nervoso e por ai vai.
Quando temos alguma dor no corpo, significa que sistema nervoso entra em alerta. Ficamos meio que preparados para o que pode acontecer.
Se a dor persiste, o alerta persiste. Se temos 10 anos de dor, temos 10 anos de um sistema nervoso sensível e em alerta para o que der e vier. Há pelo menos 2 décadas diversos estudos científicos trazem essas “novidades”.
O que sensibiliza pode estar por debaixo dos panos.
Um sistema nervoso lindo e maravilhoso
Pessoas que não tem dor persistente, não são irritadas ou estressadas, estão sempre de bem com a vida, tudo é azul, bem e zen.
Um sistema nervoso pouco sensível
A vida corre dentro das capacidades e possibilidades. A dor está por ai, mas muitas vezes não é suficiente para atrapalhar ou irritar.
Um sistema nervoso bem sensível
A vida se limita a apenas cuidar da dor. Muitas vezes, pacientes com dor apenas se tratam, não fazem coisas que gostam e ficam bem limitados e irritados.
Um sistema nervoso muito sensível
Repouso, remédios, drama, sofrimento e irritação, e não fazer mais nada.
E isso tem solução? Não é como ganhar na mega sena. Meu amigo, minha amiga…seria como descobrir água no sol. Mas existem sim maneiras de melhorar essa sensibilização excessiva.
Vamos as dicas?
- Conheça sobre seu problema, saiba o que provoca e alivia sua dor.
- Não deixe a dor ser o guia do seu dia a dia.
- Conheça seus limites e não ultrapasse.
- Trate a dor quando está leve (menos sensível). Se deixar pra depois o bicho pega.
- Remédios podem ajudar, mas sozinhos enxugam gelo.
- Pense menos na dor. Quanto mais você pensar na dor mais a dor vai querer que você pense nela.
- Tenha controle sobre a quantidade das atividades que você pode fazer para evitar a dor.
- Aprenda a lidar com a dor de forma mais positiva.
- Saúde em primeiro lugar
Dicas simples que podem fazer diferença. A fisioterapia ajuda? Medicina? Psicologia? Todos ajudam. Porém, se você não fizer sua parte, quem vai fazer por você?
Artur Padão – Dorterapeuta sensibilizado