O tempo passa, o tempo voa e a dor pode persistir numa boa. Essa é a realidade de muitas pessoas que não conseguem um controle adequado da dor com o passar do tempo. A peregrinação pelo alivio da dor roda de “bar em bar” em muitos casos.
Ao completar 1 ano, a dor traz um presente nada agradável: ela continua por lá. Isso, claro, se considerarmos que a dor é uma experiência desagradável. Vamos cantar parabéns? As pessoas fazem festinha para cachorro e gato, porque não fazer para a dor?
A dor vai ganhar um bolo de aniversário completo com velinhas, chapeuzinho e com direito a bexigas voadoras. Vai ganhar caso a dor e a pessoa sejam um só, ou seja, “eu sou a minha própria dor”. Esse é um padrão considerado caótico de convívio com a dor. Nada mais justo do que comemorar o aniversário juntos.
Se o tempo vai passando, então teremos vários aniversários para bater palmas, caso a dor não vá embora. É possível imaginar uma parte de você ir embora para sempre? Portanto, mais uma fatia fortalece o convívio próximo, caótico e de alguma forma importante para algumas “dolorosas pessoas”.
O dia em que a “torta for na cara”, é possível que esta relação caótica de convívio se encerre.
Cantar parabéns para a dor é dizer: obrigado “dor” por mais um ano de perturbação, mas você está aqui ao meu lado. Cada vez menos social e cada vez mais pessoal. Isso não deve acontecer. Assim, é melhor cantar parabéns para caninos e felinos.
Dor “sai de mim, eu não quero mais saber de você”, já dizia o poeta Russo.
Artur Padão – Dorterapeuta