Esta é a primeira de várias e dolorosas postagens sobre o assunto do momento da fisioterapia mundial: prática baseada em evidências, também conhecida carinhosamente como PBE por aqui. Na verdade, a idéia é facilitar o entendimento do que a PBE tem a contribuir para nós meros mortais do estudo da dor e nos preparar para o avanço do “raio guru-metizador” que anda atacando as mentes neuroplásticas e criando um movimento Anti-PBE em todo o Brasil. É ridículo falar isso, mas é verdade!
E hoje vamos ver o seguinte: o que eu faço no meu dia a dia é melhor do que as informações sugeridas em artigos?
A PBE funciona assim: você deve alinhar 3 grandes domínios:
– experiência do terapeuta (“esse cara sou eu”)
– preferências do paciente (“eu quero você como eu quero”)
– melhor evidência disponível (“o melhor do brasil é o brasileiro”).
Agora o grande conflito: “Sou mais eu do que ele”? Minha experiência é melhor do que o resultado do artigo? Quem manda na minha prática?
Na verdade, quem decide é você sempre! A responsabilidade é sempre do aplicador e não do artigo. As evidências podem nos guiar na escolha de tratamentos, mas não aplicam isso pra gente. Nos ajudam a abrir os olhos diante de bandeiradas vermelhas e amarelas ao estilo fórmula 1. Estão lá para ajudar! Quem briga, rasga o papel ou manda pro lixo do celular é o terapeuta.
Você é o cara, especialmente quando dá certo. E você fica “de cara”, quando dá tudo errado. Desculpas comuns quando dá zebra: “você não estava preparado para receber este tratamento” ou “não rolou troca de energia”. Experiência e ciência tem que apertar as mãos, seja para “chegar junto”, se despedir, confirmar uma parceria ou desafiar seu oponente científico.
Tolo é aquele que decide as coisas só porque o artigo disse que sim! Tolinho é aquele que briga com as evidências quando as provas estão ai! E muito tolinho é o terapeuta que ignora o que a ciência tem a oferecer.
Vamos lá. Por um mundo do tratamento da dor com ciência e com experiência, sem enrolação e com um objetivo em comum: ajudar as pessoas com dor!
Artur Padão