No tratamento da dor, é comum o uso de analgésicos de diversos tipos, desde fracos até mesmo fortes, tipo recreativos também. Nosso corpo produz analgésicos naturais, que também ajudam no próprio controle da dor, como as endorfinas e encefalinas. Na verdade são substâncias chamadas neurotransmissores, velhos conhecidos da neurofisiologia e do manejo da dor.
Mas, pra onde os analgésicos opioides vão dentro corpo? Para que “nadem” ao seu destino final anti-dor que é o cérebro e a medula, passam por uma espécie de “porta dos desesperados”, onde em cada uma delas tem uma “hostess” gata e estilosa, que decide quem entra e quem fica de fora da noite anestésica carioca. Com muito opioide interno, claro!
Cada “hostess” é uma recepcionista, ou cientificamente “receptor(a)”, controlando o fluxo de entrada. E são elas μ (mu ou mi), κ (kappa) e δ (delta). Existem pequenas diferenças entre todas, especialmente no seu pode de encantamento:
μ (mu) – Tem maior poder de ação analgésica, dá uma “preguiça” no intestino e na respiração. Olhar pra ela é tudo de bom!
κ (kappa) – Causa mudanças repentinas no ânimo, da alegria para a tristeza, da depressão para a ansiedade, deixando você meio entorpecido “confortably numb”. Olhar para ela é viajar nas nuvens!
δ (delta) – Tem efeitos similares a ambos. Olha pra ela é manter o clássico!
As prediletas: A morfina, analgésico eternizado mundialmente, curte mesmo a Mu. Já a codeína, outro analgésico famoso, gosta mesmo é de hostess e não faz distinção.
E assim os analgésicos vão seguindo seu caminho, sendo controlados pelas receptoras opioides e vivem felizes para sempre!
E porque ela são “nerds”? Só uma nerd mesmo para auto denominar com letras gregas.
Use, mas não abuse dos analgésicos. Use, mas não abuse de nossas “hostess” receptoras opioides
Artur Padão