O mundo doloroso foi bombardeado com a descoberta de uma nova molécula chamada “Alda”, que funcionou como analgésico em ratos. Será ela mulher do José Aldo, lutador? #SQN
Observou-se que a Alda ativa uma enzima chamada ALDH2, que funciona como um caminhão de lixo que recolhe os resíduos do processo inflamatório. Quanto mais “limpo o caminho”, menor a dor.
Segue o artigo – – http://stm.sciencemag.org/content/6/251/251ra118
Mesmo sendo um estudo em ratos, parece promissor.
Mas, vamos agora utilizar estes conhecimentos com a neurociência.
A dor é uma experiência produzida pelo cérebro, que tem a nocicepção como um sistema de alarme contra as ameaças reais e potenciais, aumentando ou diminuindo a sensibilização. A inflamação tecidual produz nocicepção, mas não necessariamente teremos dor como resposta. Os “resíduos de lixo” da inflamação produzem nocicepção, aumentam a chance de ter dor, mas não necessariamente teremos dor como resposta.
Será a Alda “rayalmente” um analgésico? Pelo visto, o mecanismo de ação é por remoção de irritantes químicos, que não deixa de ser um analgésico, mas parece não liberar diretamente substâncias analgésicas. Sluka em seu livro de 2009, descreve uma interessante base neurofisiológica com este conceito, vale a pena conferir.
Fica a dica para quem quiser estudar caminhões de lixo do sistema nervoso + analgesia + inflamação = estudo irado + perda de cabelo + estresse + muitas nights bombantes perdidas = imensa satisfação pessoal.
Artur Padão – Dorterapeuta