Uma das escalas mais interessantes e que ajuda você CurtiDor a “se ligar na situação” comportamental e dolorosa de um paciente com dor crônica é esta ai.
A Escala Madison foi proposta em 1987 por Hackett e Bouchoms e tem por base falar do comportamento de pessoas com dor, da maneira como elas agem diante de sua dor e como isso pode ser bom ou ruim em sua relação relação direta com seus sintomas dolorosos.
Para tal comportamento, são avaliadas 7 categorias:
1. Multiplicity – Multiplicidade – – Diversos locais do corpo tem dor, e quando uma some, outra aparece. Fora, outros sintomas. “Dói tudo, você não tem idéia”.
2. Authenticity – Autenticidade – – Grande interesse em dizer que a dor é real do que procurar tratamento. “Acreditem em mim, dói sim”.
3. Denial – Negação – – Nega qualquer problema emocional em sua vida, dizendo que está tudo bem nas relações afetivas e familiares. “Minhas relações estão ótimas, está tudo bem”.
4. Interpersonal Relationship – – Relações Interpessoais – – relação próxima com pessoas que tenham algo direto, indireto ou simbólico com o paciente “doloroso”, usando a dor para ter benefícios. “você precisa fazer isso pra mim pois estou com muita dor”.
5. Singularity – Singularidade – – A dor é única, portanto, o paciente se torna único ou especial de alguma forma. “Aposto que você nunca viu uma dor como a minha, sou um caso exclusivo”.
6. Only You – “Só Você” – – Entre o The Platters e o Latino, fica o paciente dizendo: “só você pode me ajudar, minha última esperança”. Superman ou Supergirl.
7. Nothing Helps – Nada Ajuda – – Vários tratamentos não ajudaram no alivio da dor ou resolvem o doloroso problema, portanto: “você não foi capaz de me ajudar, nada me ajuda, vou continuar procurando”. Você foi dispensando do tratamento, meu chapa!
Cada categoria da escala pode receber uma nota de 0 a 4, onde as notas de boletim acima de 15 sugerem a necessidade do paciente ver um psiquiatra.
Mas, para a alegria de uns e tristeza de outros, a Escala Madison não está validada para o português do Brasil.
Então, o que fazer? “Only You, Nothing Helps”? Seja um curtiDor antenado e observe estes ítens no seu paciente com dor crônica. São 7 características comportamentais que você pode observar em sua prática clínica. E você, pessoa antenada que tem dor crônica, se você se enxerga nestas características, talvez seja a hora de encarar sua condição de outra forma. Quem sabe, você não dá a volta por cima? Tomara que sim.
“Sabe lá, o que é não ter e ter que ter pra dar, sabe lá”!
Artur Padão