Dizem que errar é humano e persistir no erro é burrice. Sentir dor é normal; esquisito, estranho e anormal é sentir dor o tempo todo. Sentir dor quando nos machucamos pode até “doer”. Sentir dor ao depilar a perna, ao cortar o rosto durante o barbear ou torcendo o pé é humano né? Faz parte da festa!
Esperamos que uma festa tenha comida, bebida, pessoas legais e uma azaração em potencial. Caso isso acabe, “ou acabe a cerveja”, o caos doloroso está instalado em nossa festa neurofisiológica. Portanto, se a dor é estranha, esquisita, “não aguento mais birita”, vamos chamar de disestésica.
Queimação, ardência, dormência, formigamento, coceira, agulhadas…são formas desagradáveis, estranhas e esquisitas de descrever a dor. Então, a dor vai ser chamada de disestésica quando for uma sensação anormal desagradável, que pode ser espontânea ou evocada. Isso é diferente de “parestesia”, onde a sensação não é desagradável. Lembre-se: a dor de nervos a flor da pele (dor neuropática) se encaixa nesta definição.
Pode aparecer do nada (espontânea), mesmo não sendo convidada, como nos casos de “mordidas fantasma” (prima próxima do menisco fantasma – https://dorterapeuta.wordpress.com/portfolio/cronicas-dolorosas-2-a-dor-do-menisco-fantasmador/) ou também chamada de disestesia oclusional. Mas, também pode receber um convite informal (evocada) das reações imunológicas, efeito rebote a retirada de drogas e das neuropatias.
Se a festa é estranha e as pessoas são esquisitas, nada como mandar um “tchau” geral e “partiu”! Dor disestésica e dor neuropática são amigas inseparáveis desde que uma apareceu na vida da outra. Mas, elas não se metem em qualquer festa não. Tem que ser “festa estranha com gente esquisita”, esse é o lema.
Quer ser íntimo da dor disestésica? Já sabe onde encontrá-la!
Artur Padão – Dorterapeuta