Ao longo do tempo, pessoas que sentem dor de forma persistente “trocam a passagem de ônibus local para uma passagem intermunicipal”. Isso significa que, além do caminho percorrido ser mais longo, irá demorar mais tempo para retornar ao ponto de partida. Se isso realmente acontecer, claro.
O fato é que a persistência da dor causa a cronificação da dor em muitos casos, onde o sistema nervoso fica mais nervoso, tenso, irritado, estressado e “mais dolorido”. Junto a essa tempestade biopsicossocial (termo usado pelo CurtiDor antenado) seguem as incapacidades funcionais, mentais e em alguns casos, as físicas.
Da incapacidade para a invalidez devido a dor, o caminho pode ser bem, mas bem curto. A dor pode sim deixar uma pessoa inválida para suas tarefas e/ou obrigações. Mas, quem na maioria das vezes carimba “inválido ou incapaz” é o profissional de saúde. De uma forma geral, privamos os pacientes de suas funções na tentativa de amenizar a dor, o que acaba sendo frustrante a todos. A família do paciente as vezes impulsiona a invalidez na mais pura das intenções: ajudar.
Quem comprar a idéia, irá seguir um caminho dentro de um carrinho de supermercado e não aos próprios pés. Isso cria dependência de tudo e todos, um verdadeiro atestado de invalidez. Ao assumir este cargo, você só “cai pra cima”, ou seja, você carimba a incapacidade.
Mas, não é todo mundo que entra neste ciclo vicioso. Existem várias doenças que geram invalidez e a pessoa se a adapta, segue a vida, se vira. Mas, como dor crônica não é doença, aonde está a lesão que prova a incapacidade e que leva a invalidez? Sintoma doloroso sempre é subjetivo, sempre pode ser manipulado por qualquer um. Sendo assim, peritos ficam em dívida e até subjugam as queixas dolorosas.
Aceitar a invalidez por dor crônica é garantir um futuro obscuro!
Dor crônica não é atestado de invalidez. É apenas um atestado de dor crônica. Quem fica ou se sente inválido(a) não é a dor. Não deixe isso tomar conta de você. Não admita ser tratado como inválido quando você não se sente inválido.
Inválido é o pensamento do “invalidante”!
Artur Padão
Excelente texto meu amigo. Tem toda razão. Aceitar a invalidez por dor crônica é garantir um futuro obscuro!. Abraço.