Bom, vamos trilhar dois caminhos para convencer o eleitorado de que sentir dor pode ser bom sim: 1. auto punição e 2. reação do sistema nervoso a dor.
Pessoas que curtem uma auto punição, sendo a dor como possibilidade, podem ter maior limiar e tolerância a dor; o estudo de Schamahl et al (2006) mostrou que pessoas com personalidade bordeline tinham menos atividade cortical em áreas normalmente ativadas em reações negativas, sendo chamado de um mecanismo antinociceptivo.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov.libproxy.lib.unc.edu/pubmed/16754839
Nock (2009) mostram em um texto muito interessante sobre comportamentos nocivos que isso faz pessoas simplesmente se sentirem bem, podendo ser a auto punição dolorosa um comportamento semelhante
http://www.ncbi.nlm.nih.gov.libproxy.lib.unc.edu/pmc/articles/PMC2574497/
Temos a mesma capacidade de produzir dor e de aliviar dor. Não podemos dizer que a pessoa que curte uma dorzinha adoidada tem uma personalidade borderline ou é um ponto fora da curva. Simplesmente, clinicamente, muitas pessoas preferem passar por uma experiência dolorosa para sentir os efeitos pós: relaxamento, prazer, satisfação. Isso acontece com muita frequência na fisioterapia, por exemplo, com massagem, terapia manual, acupuntura e exercícios físicos.
Teorias dão suporte para a produzirmos dor durante um tratamento, para que o próprio sistema nervoso module este processamento. Um exemplo disso é o efeito contrairritante, onde oferecemos um estímulo irritativo doloroso (substâncias químicas, corrente elétrica) para ativar o sistema opioide (Sluka, 2009). Isso é bom! Outra sugestão é quando aplicamos terapia manual passiva articular, onde ativamos os neurônios do sistema não opioide (serotonina e noradrenalina). Isso não é tão bom, mas é bom!
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14581123
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18316238
Se isso não for suficiente para você acreditar que existem pessoas que curtem sentir uma dor adoidada, pergunta no posto ipiranga! Lá suas respostas sempre serão encontradas.