A CIF, nossa estrela do dia, também conhecida como a Classificação Internacional de Funcionalidade e Incapacidade da OMS, parece ainda um menor abandonado.
Carente de atenção e fome de pesquisa, a CIF busca seu espaço na fisioterapia brasileira. Chutando um valor bem doloroso, acho que 0.5 de 100 fisioterapeutas usam a CIF. Dolorosa realidade que faz pensar o porque e para que usar.
Vejo a CIF como um sistema de auxilio e diagnósticos, o que dá ao fisioterapeuta sua tão desejada autonomia na saúde brasileira. Mas, enquanto a preferência for sobre disfunções / diagnósticos em cadeias, vértebras presas em extensão, “chi do baço” ou falta de alongamento, só lamento! A CIF vai mandar lembranças de uma ilha afrodisíaca distante. Será mais um “brilho eterno de uma mente sem lembranças” da fisioterapia.
Cadeia ou “vértebra rodada” ou energia oriental ou postura ruim estão “milhas e milhas distante” de incapacidade e restrição na participação social, por exemplo. Então, a fisioterapia ainda está longe da atenção primária.
Mas, é só criticar? Não mesmo. Minha primeira sugestão é que todos comprem o detergente CIF e deixem bem a vista. Mesmo que você não use, vai criar uma memória explicita associativa e, se você for um “fisioterapeuta antenado” (carioca, anos de praia, morador de copabonx), vai se interessar mais pela CIF.
Segundo, a CIF deve ser incorporada a qualquer metodologia de avaliação da fisioterapia. É claro que estou viajando um pouco. Afinal de contas, é muito mais interessante ouvir um estalo ou milagrosamente aliviar a dor do que registrar no prontuário b280-b289 (dor – capítulo 2 – funções sensoriais e dor).
Terceiro, reiniciar o computador. Talvez, tudo se organize melhor né? Se for um mac pode ser. Apesar de tudo, de um caminho ainda de pedras portuguesas, a inserção da CIF na formação acadêmica é o melhor pontapé inicial.
Nas eleições, Dilma? Marina? Aécio? Que nada. Vote CIF para presidente!
Artur Padão – Dorterapeuta