Esse nome extenso e complexo nos chama a atenção para o sistema nervoso ser capaz de aumentar a área de dor no corpo, culpando a sensibilização do nosso próprio sistema. Com isso, mais e mais neurônios ficam mais sensíveis e fazem parte da festa americana (meninos levam bebida e meninas levam a comida; não esqueça da dança da vassoura).
É mais ou menos assim: após uma partida de futebol, um torcedor da equipe adversária perdedora joga uma bomba caseira dentro do estacionamento, onde se localiza seu carro. Quando a bomba explode, o alarme do seu carro dispara imediatamente. Entretanto, com a onda de choque da bomba, os alarmes de outros carros ao redor também disparam. Com isso, vários alarmes estão ligados e enchendo o saco de todo mundo, chamando a atenção e mostrando que futebol é coisa séria (até demais).
Com a sensibilização do sistema nervoso ocorre a mesma coisa. Aumento dos Campos Receptivos significa que mais e mais neurônios ficam sensíveis com a persistência dos mecanismos de sensibilização, ampliando a área de distribuição da dor. Antes, com um alarme de carro disparado pela bomba, a dor apenas estava no joelho. Com os outros alarmes também ligados devido a onda de choque, a dor espalha para a coxa, perna, pé, coluna, pode ir até o ombro e cabeça. A dor espalha sem fim, sem lógica, mas espalha.
Obrigado sistema nervoso por nos mostrar que o futebol brasileiro tem coisas em comum com o estudo da dor.
Artur Padão