Essa semana, pude atender 2 pacientes com Síndrome Complexa de Dor Regional – SCDR – Quem?
Esta é uma síndrome bem dolorosa que geralmente “ataca” uma das extremidades do corpo, associado também a inchaço, mudanças de cor, aumento da sensibilidade ao toque, frio e muita, mas muita dificuldade de se mexer. Não tão frequente assim, a SCDR pode migrar para outra região do corpo. O que era ruim, fica pior ainda.
No dia a dia, os paciente recebem um diagnóstico bem atrasado, o complica muito a vida. A SCDR, famosa nos centros de dor, é classificada em 2 tipos:
Tipo 1 – ocorre em cerca de 90% dos casos e não existe lesão nos nervos após um trauma (antiga conhecida “distrofia simpático reflexa)
Tipo 2 – existe lesão nos nervos (também conhecida como “causalgia”)
Podemos dividir a SCDR em 3 fases:
Fase 1 – Os Intocáveis – – dói demais, tudo e todos
Fase 2 – Os Tocáveis – – bem menos doloroso, mas ainda dói
Fase 3 – Os Maleáveis – – sem dor, sem movimento, mas querendo se movimentar.
Como “dói pra burro”, se movimentar é uma árdua missão ou simplesmente se negligencia o uso daquela parte do corpo. E, caro CurtiDor, deixou de usar = deixou de funcionar. Isso vale para músculos e juntas, isso vale para o cérebro.
Mudanças no cérebro foram encontradas nestes pacientes, lógico. Então, o efeito quase tostines aparece novamente: 1. Mexer o braço e aguentar a dor ou 2. Arrumar o cérebro, ter menos dor e se mexer. Ambas as possibilidades estão corretas e funcionam.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19906762
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15109523
http://bmjopen.bmj.com/content/5/12/e008283.full
E lembre-se: a exposição a dor, dói muito mais. Se uma dor incomoda muito gente, duas dores incomodam muito mais.
Artur Padão