A família do paciente no manejo da dor

O nível de suporte que familiares, amigos e entes queridos tem para uma pessoa com dor crônica faz toda a diferença no “trato” diário na batalha contra a dor. Entre a ajuda e o prejuízo, existe uma linha bem fina e bem facilmente rompida.

É extremamente comum entre todos os envolvidos existirem informações contraditórias, sendo você terapeuta, familiar e paciente. Como lidar com isso? Quem está certo? Só sei que a dor está lá querendo toda a atenção e quanto mais atenção você dá mais dor você sente.

Vamos lá: a Sra. Maria das Dores busca tratamento para sua dor em uma equipe multiprofissional. Todos os terapeutas e a própria paciente observam melhora nas queixas de dor e nas limitações diárias, menos a família. Para os familiares, nada mudou. Nesta conversa entre todos, o clima esquenta. Dava pra ver na cara da Sra. Maria que o tempo fechou rapidamente. Para ela, a melhora foi impressionante. Qual o parâmetro, família ou paciente?

Dois pesos duas medidas!

A família constitui um elo ou corrente para a observação dos eventos dolorosos. Podem ajudar ou atrapalhar. Neste caso, a dúvida pairou no ar. E aí? Supervalorização dos sintomas? Não querem que a paciente melhore e seja independente? Não estão nem aí? Preocupados apenas? São apenas familiares e não sabem nada?

Infelizmente, a família pode ser bem prejudicial quando o assunto é capacidade de fazer as coisas do dia a dia. Tratar um paciente com dor como se fosse um inválido, lhe garante uma precoce aposentadoria cognitiva por invalidez e sem benefícios. Mas, a família pode dar sempre um empurrãozinho com energias positivas, observando o desempenho do paciente e valorizando os ganhos nos programas de tratamento.

Família: o porto seguro de muitas pessoas. Família não precisa ser de papai, mamãe, filhos, avô e avó, gato e cachorro. Família é um grupo de pessoas vivendo sob o mesmo teto, mesmo sob a mesma página ou grupo na internet. A família ajuda ou atrapalha, ou alivia ou garante mais dor.

Família êh, família ah! Família! Dor êh, dor ah! A dor não me domina!

Artur Padão

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