Sentindo dor, qual exercício prescrever?

Em 1995, um artigo muito interessante afirmava que se a gente conseguisse controlar as contrações dos músculos poderíamos controlar a dor. Se os músculos funcionassem em sincronia, ou seja, de forma precisa, não haveria motivos para doer. Ao longo dos anos, essa afirmação se manteve na ponta da língua, mas não se sustentou tanto assim. Haviam pacientes que não melhoravam.

Qual exercício prescrever? Quais opções existem?

De uma forma geral, a ciência nos mostra que tanto faz tanto fez. Os exercícios tem, novamente de uma forma geral, efeitos similares no alivio da dor e no ganho de função. Então, sendo assim, posso escolher qualquer um, certo? Não mesmo. Vamos chegar lá em breve.

Opções realmente não faltam. O que falta mesmo é saber escolher com sabedoria. É saber escolher um tipo de exercício que fará diferença na vida de um paciente que se queixa de dor. Muitas vezes, a tentativa e erro fazem parte de um primeiro momento pois aquilo que funciona para um, não necessariamente funciona para outro.

Existem vários tipos de exercícios bem amigos da ciência do manejo da dor e outros ainda colegas, tentando mostrar sua potencial amizade. Grandes amizades já existem de longa data com os exercícios aeróbicos, fortalecimento e resistência. Dentre estes, a maior e melhor recomendação vem para os exercícios aeróbicos no mínimo moderados, com grande potencial de controlar os curto circuitos cerebrais de forma rápida. Já o fortalecimento e resistência demoram mais um pouquinho para fazer o efeito esperado.

O controle motor (da época de 1995), o treinos intervalados de alta intensidade e o biofeedback ainda buscam fortalecer a amizade com o alivio da dor, mas com grandes chances de um forte abraço de urso. As doses de exercícios como estes ainda são misteriosas, enquanto que 30 minutos de exercício aeróbico “bomba o cérebro” de forma positiva (neuroplasticidade)

Se para a ciência o tipo de exercício não importa muito, o que devo fazer?

Para acertar a prescrição, devemos levar em conta 4 pontos:

1. As preferências do paciente

2. O nível de condicionamento e capacidade funcional

3. Explicar os efeitos de cada tipo de exercício

4. Estimar o tempo

Lembre-se: calma e paz no coração para escolher um exercício físico que o paciente nunca tenha praticado ou com alguma experiência negativa prévia. Você não vai querer surpresas de grego.

Exercício é muito mais do que uma possibilidade de alivio da dor. É saúde. E quem tem a saúde em dia, a dor não atrapalha.

Artur Padão

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.