Queima, arde, dá choque, dormente, formigas andando. São alguns indícios de que a dor está vindo dos nervos.
A dor de origem do nervo (Neurogênica) é um alerta importante e que pode rapidamente ser chamada de dor Neuropática quando o nervo está doente ou machucado.
Para entendermos melhor, vamos fala estilo papa léguas de anatomia.
O sistema nervoso não é burro, claro, só para algumas coisas. Cada parte tem sua proteção própria e a dos nervos é chamada “nervi nevorum” ou “nervo do nervo”. É um conjunto de pequenas molas que funcionam como um super sensor de movimentos e de inflamação. Ao menor sinal de problemas logo dedura e sistema nervoso apita na forma de dor.
Isso funciona para os nervos que chamamos de periféricos e estão longe do centrão da cidade ou sistema nervoso central (medula e cérebro) e longe também dos autônomos que mandam neles mesmos (sistema nervoso autônomo / neurovegetativo).
A dor do centrão da cidade é muito mais forte e acontece quando houve algum problema na fonte de transmissão da Light (tumores, lesão medular ou traumatismo craniano), CEDAE (derrame) ou explode tudo mesmo (esclerose múltipla).
A dor dos autônomos também é heavy metal. Uma muito frequente é a Síndrome Complexa de Dor Regional. Quem mandou mexer com ele????
A dor do nervo da periferia mostra algum problema ocorrendo nos cabos da transmissão: A rede pode estar falhando (patologias), apresentando defeitos corriqueiros (nervo comprimido) ou de fabricação (doenças congênitas), estar sobrecarregada (inflamação), chamando a atenção (nervo carente).
Algumas das dores de nervos mais comuns: ciática, neuralgia do trigêmeo, nervos do pescoço, pós-herpes zoster.
Sabendo-se disso, quando então?
– Queima, arde, dá choques, dormente, pontadas / pregos / tachinhas e agulhadas furando, formigas andando são tipos de dor dos nervos.
– Não melhora com repouso
– É constante ou tem episódios abruptos e insuportáveis de dor
– Piora a noite normalmente e também piora com a temperatura fria
– Sensação de enrijecido na região que dói (acontece muito na mão)
– Às vezes tem diminuição da força dependendo de onde se sente a dor.
– Às vezes tem diminuição da sensibilidade da pele no toque (hipoestesia) ou aumento (hiperestesia), diminuição da sensação de dor no teste da agulha (hipoalgesia) ou aumento (hiperalgesia) ou ainda sentir dor só de passar a mão na pele, vento, tecidos de roupas (alodínea).
O grande problema na dor crônica dos nervos é esta não tem cura, mas tem como aliviar e ter controle. Por causa de curto-circuitos no cérebro e na medula, a dor se manteve ativando as áreas que nada tinham a ver com isso e está funcionando com a transmissão comprometida aonde as informações que chegam são pouco confiáveis. Enquanto o sistema de entrega dos correios do nosso cérebro não se ajustar com a central (neuromatrix), a dor continuará a persistir.
Para que o tratamento destas dores tenha efeito, mesmo que apenas o alívio, o cérebro deve novamente aprender coisas básicas, como se tivesse que voltar a escrever na máquina ou as letras do alfabeto. Trocar o funcionário (medicações) ajuda em parte, porém ir à fonte provoca mais impacto sempre. Quem não quer sempre tentar resolver o problema na fonte?
Se tudo isso fosse simples, os médicos hoje não precisariam implantar chips de computador (eletrodos) na medula ou no cérebro para reverter o curto-circuito.
Mas, mesmo com tanta coisa moderna, não muda a atitude e comportamentos das pessoas com dor crônica nos nervos. A dor não é tão difícil de controlar se levarmos em conta o quanto a dor causa perdas materiais, pessoas, financeiras, sócias e psíquicas. Isso nenhuma medicação, eletrodo, fisioterapia pode reparar.
Artur Padão – Dorterapeuta