A busca por explicações devido a dor se torna uma caça ao tesouro perdido para muitos que tentaram tratamentos, sem sucesso. Apesar da discussão eterna sobre a sensibilização do sistema nervoso, do cérebro em curto circuito, de modificar crenças e blá blá blá, não é incomum encontrarmos comorbidades ou orientações que favorecem a persistência da dor. Com isso, o cérebro deixa de receber toda a culpa e pode relaxar um pouquinho.
Vamos passar um pente fino na dor crônica dos pacientes ou nos pacientes com dor crônica.
O primeiro pente é grande, com cerdas largas, onde quase “tudo passa, tudo passará”. Neste momento, o exame físico se encaixa perfeitamente. Clinicamente, as reações e atitude frente a dor podem ser vistas na maneira como o corpo se comporta e existem vários testes clínicos que os profissionais de saúde estão acostumados a usar. Por exemplo, a síndrome dolorosa miofascial é um problema que favorece a persistência da dor. Quer quebrar várias cerdas do pente? Repouso!
O pente clássico de cabeleireiro é a opção mediana, onde realizamos exames de imagem e paramos para escutar os pacientes. Por exemplo, uma paciente que atendi tinha sua dor crônica generalizada mantida pelo uso de medicações para colesterol. Outro caso a paciente andava tanto de bicicleta, mas tanto, que passava o dia com dor lombar e não queria abrir mão da bike.
Agora, o pente que todos detestam, a maioria tem um certo nojinho, é o pente fino clássico, o que nossas mães usavam para catar piolhos. Aquele sim não deixava nada para trás. A operação pente fino na dor crônica inclui uma busca detalhada clínica do paciente. Ele(a) merece. Mesmo que não se ache nada, ai você fica mais tranquilo. Várias comorbidades que sensibilizam o sistema nervoso são identificadas com um simples exame de sangue, por exemplo, o hipotireoidismo, alterações hormonais e inflamação via reumatismos. Um bate papo com um psicólogo(a) pode ser revelador.
Se a operação pente fino no deserto não funcionou para o EUA, o pente fino na dor crônica é diferente. Não estamos procurando uma agulha no palheiro, mas sim usando o super raciocínio clínico para saber o que examinar e saber o que pedir.
Curtidores…ainda tem pente fino disponível para todos. Tenha paciência, a sua afobação é pior que a afobação do paciente.
Artur Padão – Dorterapeuta
Acho que o fator psicológico e o maior causador da dor cronica, ou seria a dor crônica o maior causador de uma dor crônica?.?.??.
Eu acho que isso é meio que o efeito tostines ou ovo / galinha. Um leva ao outro e vice e versa.