Quando criança, somos obrigados a fazer um monte de coisas que não queremos. Os pais, sempre pensando o melhor para seus filhos, forçam a barra as vezes para várias situações, como usar roupas, comer ou fazer esportes. Mas, nada mais tenso do que iniciar um bate papo com uma gatinha (o) interessante. A barriga dói, o corpo treme, a fala embola, a mão “pinga”. Você está nervoso e com medo do que possa acontecer. Afinal de contas, ninguém quer tomar um “não na lata”.
Então você decide: Vai? Não vai? Vai devagar? Vai na lata? Vai chamar alguém no lugar? Vai pedir alguém pra falar por você? Vai escrever um bilhetinho? Vai amanhã?
As decisões de se expor a uma situação “arriscada” podem definir o resultado final. Você precisa estar confiante, acreditar que aquilo vai dar certo, ser mais positivo, respirar fundo, contar até 10 e “partiu”. Encarar “na lata” as situações arriscadas, amedrontadas, perigosas e dolorosas é o que se chama de Exposição ao Vivo.
Quem mais no mundo faz exposição ao vivo são os repórteres que entram ao vivo com entrevistas, noticias e informações de primeira linha. No início é difícil, mas aos poucos se acostumam.
A exposição ao vivo é uma das opções para se encarar o medo excessivo de se movimentar, de atividades ou qualquer situação que poderia ter um desfecho ruim, como lesão, dor ou incapacidade.
Para usar a exposição ao vivo como intervenção, devemos pensar nas seguintes etapas:
1. Determinar todas as atividades que são consideradas arriscadas
2. Organizar as atividades de forma gradual (das menos as mais arriscadas)
3. Decidir qual a atividade que será exposta
4. Expor “na lata” a atividade
Lembram da história do Rei Gago George VI, contada no filme “O discurso do Rei”? Ele gaguejava e ficava apavorado quando era necessário falar em público. No filme, ele se preparou para um grande discurso e foi exposto justamente a sua maior e amedrontadora situação: falar em público. É isso ai.
Pense bem antes da exposição. Estamos no Brasil e os brasileiros são excessivos e calorosos com as coisas que não curtem. Vai que vai!
Artur Padão – Dorterapeuta