A clássica frase de CDA “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional” vai ser coloca a prova de fogo. Da mesma forma que o Modelo de Descartes e a Teoria das Comportas se mostraram insuficientes, esta frase também é.
Sofrer por algo é bem mais comum do que “doer” por algo. Ao aceitarmos que “a dor é inevitável”, então a dor deve ser algo rotineiro, que está presente em todos os nossos momentos mais comuns. A dor é ruim, mas pode ser boa para muitos. E, se novamente aceitarmos isso, porque então me preocupar em aliviar ou controlar a dor do outro, já que é inevitável? Porque investir num tratamento para reduzir a dor?
Esta frase, como muitas outras situações, fortalecem crenças que servem como um guia para a rotina de vida. Sentir dor deve sim ser uma opção para as pessoas, independente do seu significado individual. Se eu uso a dor para chamar a atenção de outros, para receber mais cuidado, para me divertir na clínica, então a dor é inevitável.
Sofrer por dor deve ser algo opcional. Isso significa que eu posso escolher, mas nem sempre essa escolha é bem sucedida. Tratamentos mal planejados ou descuidados oferecem dor e sofrimento como prato principal. “N” situações destas já aconteceram, acontecem e irão continuar acontecendo.
Dor e sofrimento se misturam, se confundem. Tem uma amizade colorida, que brigam com frequência.
Poetas influentes como o CDA (Carlos Drummond de Andrade) enxergam o mundo diferente de nós, meros mortais – olha lá http://pensador.uol.com.br/frase/OTQzMQ/
Enfim, se você acha que temos a opção de doer ou sofrer, fique “na moral”. Agora, se você acha inevitável a dor (talvez o sofrimento), tudo bem. Só por favor, não precisa compartilhar tal emoção com seu melhor (a) amigo (a): o facebook.
Artur Padão