No final dos anos 40, época da primeira aparição de Marilyn Monroe, 4 indivíduos se submeteram a mais de 100 experimentos dolorosos em nome da ciência. Essa sempre é a justificativa né?
No estudo de Hardy, os 4 indivíduos receberam calor em uma das mãos por 3 segundos e a medida que a intensidade da dor aumentava, o calor também era aumentado. Com os resultados dos “guerreiros da dor”, criou-se a Escala Dol, o primeiro instrumento clínico de mensuração da intensidade da dor.
A Escala Dol era dividida entre 0 e 10,5 graus de dor, sendo que cada grau era dividido em 2 estágios diferentes, somando até 21 graus. Os autores do estudo observaram que 8 dols, com a aplicação de 3 segundos de calor, queimavam a pele.
http://www.jci.org/articles/view/101907
Como qualquer pesquisador, Hardy continuou a trabalhar na Escala Dol, agora produzindo queimaduras em mulheres durante o parto, para encontrar também uma relação com o tipo de dor descrito.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/…/PM…/pdf/jcinvest00394-0165.pdf
A medida em Dols era totalmente oposta a subjetividade da dor e, por essas e outras, a Escala Dol recebeu aposentadoria por invalidez. Quem brinca com fogo acaba queimado.
A luz do nosso tempo atual, a Escala Dol é absurda, bizarra e abominável. Porém, muitas pesquisas científicas reveladoras foram produzidas desta forma, tentando e vendo no que ia dar.
Apesar de toda a subjetividade da dor e de sua múltiplas dimensões, tentamos transformar a dor em números para facilitar sua mensuração quantitativa em vários momentos.
Para nossos “dinossauros” do estudo da dor.
Artur Padão – Dorterapeuta em Dols