Usando tratamentos placebo: justo com o paciente?

Muitos já ouviram falar no termo “placebo” para tratamento de doenças e outros problemas de saúde. O efeito placebo ocorre quando o paciente recebe um tratamento falso sem saber e acaba melhorando seus sintomas. De uma forma geral, o poder do efeito placebo ocorre entre 30 a 40% dos casos, é eficaz, mas dura pouco tempo.

Pesquisas recentes tem valorizado além da conta o uso recorrente de tratamentos placebo para ajudar os pacientes no alivio da dor. Mesmo sendo um tratamento falso, os argumentos são bastante interessantes:

– reduz o consumo de medicações

– reduz os efeitos adversos

– talvez reduza a dependência

– reduz os custos com tratamentos

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27023425

O placebo ocorre diretamente ligado a expectativa que a pessoa tem com a melhora usando um tratamento. Por isso, acreditar que o tratamento irá funcionar, aumenta as chances de funcionar sim. Mas, o placebo é apenas uma das explicações para o alivio da dor e se soma com outros efeitos, como o tratamento em si, as expectativas, a relação terapeuta x paciente e a ação da mamãe natureza (acaso). O interessante disso é que qualquer tratamento proposto gera expectativa. Sendo assim, todos os tratamentos são potenciais placebos em si.

Em contra partida, o efeito placebo está ligado a um tratamento falso que funcionou. E quem quer receber um tratamento falso? Não seria enganar o paciente? Bom, a partir do momento que o paciente sabe que está recebendo um tratamento falso, o placebo calça seu tênis e vai passear.

É interessante ver que muitos tratamentos já testados pela ciência tem a mesma quantidade de efeito que o placebo. Devo então oferecer um tratamento verdadeiro ou falso?

Eu não quero um tratamento falso não! E o paciente não merece um tratamento falso. E quando um tratamento não alcança nem metade do efeito e se iguala ao grupo placebo, não deve ser oferecido ao paciente.

Nunca a brincadeira de verdade ou consequência esteve tão em alta na área da saúde.

Levanta a cabeça, placebo, senão a coroa cai!

Artur Padão

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