Um parto de dor à moda cesariana

dor e partoRecentemente a Organização Mundial da Saúde alertou o mundo sobre o excesso real e imediato das cirurgias de cesariana nos países em desenvolvimento. O risco também é real e imediato quando se recorre a procedimentos como esse e no Brasil estima-se que 53% dos partos são à moda cesariana. Deveriam ser 15%.

O parto no Brasil virou uma cirurgia e a dor algo a ser evitado ao extremo, como se fosse algo perigoso e ameaçador. Mas, será que um momento de alegria e expectativa gera um sofrimento excessivo as mulheres brasileiras? Parece que sim, mas não era assim não.

Acredita-se então que o parto normal é arriscado e, por isso, o parto a moda cesariana é melhor para o bebê e menos arriscado. Só esquecem de comentar que o risco para mamãe e bebê é bem maior com uma cirurgia. Além disso, mamães que fazem parto cesariana tem mais risco de desenvolver dor lombar  crônica.

O modelo de saúde brasileiro induz a mulher a realizar a cesariana, pois resolve logo a questão em si, sendo centrado no médico e não na mamãe e futuro bebê. É um problema cultural e a dor é absorvida por essa cultura brasileira da época da maria fumaça.

A cesariana virou negócio lucrativo. A dor virou uma “doença” a ser combatida, mesmo não tendo nada a ver com doença. Mas, tudo bem. Será a escolha uma decisão do cliente? Não parece isso. Atualmente no Brasil, as escolhas pelo natural e normal são criticadas ao extremo. Então, agora vamos tratar o parto como doença e curá-lo com cesariana! Certo?

A dor durante o parto é “normal”, sacou? Só a mulher sabe como é, sendo aqui ou acolá. O que diferencia é a maneira cultural que se encara essa experiência, que será dolorosa muitas vezes sim, mas talvez muito mais do que isso. É fato que os serviços de saúde do Brasil tem um grande déficit no manejo adequado da dor, mas essa não é uma exclusividade brasileira.

O medo de sentir dor (imposto pelo próprio profissional de saúde e pela indústria das cesarianas) faz a mulher optar por um parto o menos natural possível, o mais industrial possível e sem a experiência dolorosa que as mamães antigas vivenciaram. Agora, a experiência é a ferro, fogo e sem paixão.

Por um parto humanizado, doloroso controlado e menos industrializado, mas à moda da casa.

Artur Padão

Um comentário sobre “Um parto de dor à moda cesariana

  1. Não concordo que o parto seja colocado como algo de extrema dor pelos médicos. Trabalho há 15 anos em maternidade e nao vejo isso. Acho que a questão são as mães que nao querem se dispor a sentir dor, por menor que seja. E falo que é uma opção da mulher. Como disse, trabalho com fisioterapeuta em uma maternidade e optei pela cesareana, pois nao queria colocar meu filho em risco ao forçar um parto normal, que na verdade nao é normal…pode ser mais natural. Meu filho masceu tranquilo, eu tambem fiquei tranquila e sem dores ou dificuldades após a cesareana. Levantei-me no dia seguinte sozinha e tomei meu banho sem auxílios. Acho que ao contrário, exageram nas consequências relacionadas a cesaeana. O corpo é nosso, o filho é nosso, e a mulher tem o direito de optar. Caso queira parto natural, ótimo! Caso não queira, não há questões maiores! Cirirgias sempre implicam em riscos sim, mas um parto natural também não é isento dos mesmos. Tanto para o bebê quanto para a mãe!

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