DESVENDANDO OS MISTÉRIOS DA DOR: O ATO SEXUAL DOLOROSO

Falar abertamente de sexo, sem censura, sem compromisso, apenas sexo é uma tarefa Tabu Brasil.

Pode parecer que não é verdade, mas a verdade é que muitas pessoas perdem sua vida sexual por causa da dor. E, não necessariamente isso está relacionado ao ato sexual e si.

Vamos começar com a história da “Fulana”,atendida por alguns meses com dor no pescoço e uma ansiedade absurda. Em um momento do tratamento, ela resolveu me contar um fato de vida real. Contou que ela não podia mais ter relações sexuais. Abismado com tal fato, a questionei. Simplesmente, segundo ela, foi proibida de ter relações sexuais por sua médica, pois isso poderia aumentar a hérnia e comprimir mais ainda sua medula. Começamos a conversar mais a respeito e, no final das contas, ela se sentiu segura mandou brasa sabe lá com quem e ficou tudo bem. Não questionando a atitude médica, até porque eu nada tenho a ver com isso. Mas, pensem no impacto que essa “proibição” teve na vida da “fulana”. Foi muito grande.

Nessa história, a paciente acabou sendo prejudicada por uma orientação sem sentido, muito comum na saúde brasileira. Isso se chama Iatrogenia. É um dos grandes motivos para processos jurídicos, principalmente nos Estados Unidos.

A dor durante a relação sexual é chamada de Dispareunia, independente da causa. Acredita-se que esse problema esteja associado a endometriose ou cistite nas mulheres. Nos homens, está mais associado a problemas na próstata, mas é raro. Enfim, é mais fácil chamar de dispareunia do que pensar em outras coisas. É muito fácil entendermos que, quando existe alguma inflamação ou infecção, podemos ter dor nos órgãos sexuais.

Mas, e quando dói e nada é encontrado nos exames? Esse é dos grandes mistérios das dores durante a relação sexual. Estudos mostram que os músculos tensos ao redor dos órgãos sexuais podem ser um dos fatores responsáveis e isso não aparece nos exames. E a grande questão é: porque ficam tensos?

Existe uma estatística muito interessante. Em alguns centros de dor do Brasil, cerca de 50% das mulheres que tem dor pélvica já tiveram algum abuso anterior, seja diretamente sexual ou mesmo verbal. Além disso, algumas das mulheres eram extremamente submissas e já havia sofrido agressões.

Já que a dor crônica é a bola da vez, a perda da libido (desejo) é algo frequente em pessoas com dor crônica. Casamentos podem terminar por isso e pessoas tornam-se altamente depressivas. Se isso for algo muito importante, então terá grande impacto como a perda de uma atividade regular. Muitas pessoas com dor crônica persistente acabam mantendo o foco na dor ou passando o dia pensando em dor ou vivendo em função da dor. Desta forma, parece meio impossível ter vontade de fazer alguma coisa mesmo.

E se é doloroso, então é ruim. Bem, mais ou menos, certo? Cada um com sua dor! 🙂

Artur Padão

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