Controle da dor: aprendendo a “cutucar a cobra”

dor e varaUm comportamento bastante comum na dor crônica é o “8 e 80”, ou seja, quando a dor está fraca tenta-se fazer de tudo e quando a dor está intensa, tenta-se o mínimo possível.

https://dorterapeuta.wordpress.com/portfolio/dores-8-ou-80/

Ambas as situações produzem uma instabilidade nos sintomas, com altos e baixos de intensidade da dor e incapacidade funcional, sendo isso péssimo para quem sente dor.

Para estabilizar essa situação, precisamos aprender a “cutucar a cobra” com respeito e tranquilidade. As cobras, por mais interessantes que possam ser, remetem uma sensação de risco e ameaça. Quanto maior a proximidade com a cobra, maior o risco e ameaça, e vice versa.

Por isso, para não dar bobeira diante de uma cobra dolorosa e sedenta por uma mão boba, devemos pensar no “tamanho da vara” (com todo o respeito). Estamos preocupados com os picos de intensidade que tiram qualquer um do sério. Cada pico de intensidade é uma tentativa de mordida da danada da cobra.

Se os sintomas dolorosos são facilmente exacerbados por um mínimo de movimentos, tarefas, pensamentos e orientações, provavelmente você está “cutucando a cobra com vara curta” e está “pedindo” para a dor morder com jeito. Se a cobra morder e for meio venenosa, “tá lascado”! A crise pode vir forte e os tratamentos precisam ser mais fortes para a dor aliviar. “Não ligue a toa os alarmes”!

Caso se consiga manter uma distância segura, tanto a cobra quanto o seu sistema nervoso reduzem o alerta de ameaça. Para isso, devemos evitar ou minimizar ao máximo as situações que exacerbam os sintomas, especialmente provocar o mínimo de dor possível com os movimentos do corpo. “Cutucar a cobra com vara longa” se faz necessário.

Encontrar uma forma de se movimentar e manter uma distância segura da cobra, faz com que todos fiquem mais felizes, mesmo que a dor não tenha ido embora. Os efeitos do controle da dor surgem a medida que os picos de intensidade são reduzidos e sua cobra está feliz da vida, quietinha em seu canto.

Lembre-se que ao redor da dor crônica existem várias cobras dolorosas que querem dar o bote a qualquer oportunidade. Conhecer as ameaças que aumentam / provocam a dor é se interessar pelo problema e buscar soluções simples para algo devidamente entendido como complexo.

Não brigue com a cobra dolorosa, aprenda a conviver com ela e, quem sabe, se afastar para sempre.

Artur Padão – Dorterapeuta

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